Irão/Teerão anuncia que vai passar
de 20 para 60% de enriquecimento de urânio
Bissau, 15 Abr
21(ANG) – As autoridades de Teerão anunciaram quarta-feira à noite que nos próximos
dias vão aumentar o limite máximo das suas actividades de enriquecimento de
urânio de 20% para 60%, aproximando-se um pouco mais da fasquia dos 90% que
torna possível a utilização do minério para fins militares.
O Irão que anunciou no início do ano ter
retomado o enriquecimento do urânio em 20%, ou seja muito acima do limite de
3,6% estabelecido no acordo assinado em 2015 que está actualmente a tentar
ressuscitar com os seus parceiros internacionais, transpôs um novo escalão.
Teerão não só informou a Agência Internacional da Energia Atómica da
sua decisão de passar agora para os 60% de enriquecimento de urânio, como
indicou igualmente que “mil novas centrifugadoras, com
uma capacidade 50% superior, vão reforçar as existentes em Natanz e vão
substituir os reactores danificados” pela explosão
ocorrida no domingo neste complexo nuclear do centro do Irão.
Esta ocorrência que Teerão qualificou
de "terrorismo
nuclear" foi quase imediatamente atribuída a
Israel.
"Obviamente,
os serviços de segurança e inteligência ainda não entregaram as suas
conclusões, mas aparentemente o crime foi cometido pelos sionistas e se os
sionistas atacarem novamente, nós responderemos ", declarou hoje em conselho de ministros Hassan Rohani
especificando que se trata de uma "resposta à
malevolência" de Israel, muito embora o
Presidente iraniano também tenha reiterado que as ambições nucleares do seu
país são "pacíficas".
Segundo o New York Times, Israel estaria
efectivamente envolvido na operação que terá sido realizada com a activação à
distância de uma bomba introduzida "clandestinamente" no
recinto de Natanz. Os meios de comunicação sociais israelitas, por seu turno,
citam fontes de segurança referindo que a Mossad conseguiu sabotar a central de
Natanz.
A decisão de o Irão enriquecer substancialmente urânio não deixou desde já de suscitar reacções entre os parceiros internacionais com os quais està em plenas negociações para restabelecer o acordo nuclear. Ao considerar que esta decisão é "particularmente lamentável" nesta altura, a França, a Alemanha e a Grã-Bretanha que participam nas conversações, expressaram a sua "grande preocupação" e declararam rejeitar "qualquer escalada por parte de qualquer actor", apelando "para que o Irão não complique ainda mais o processo diplomático". ANG/RFI
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