CPLP/Livro junta 75 escritores lusófonos sobre a pandemia para promover português
Bissau, 15 Abr 21 (ANG) – Um livro que junta 75 escritores lusófonos sobre a covid-19 e a reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, são iniciativas do plano da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa, que acaba de ser apresentado no Brasil.
O novo plano “tem
iniciativas que vão de África ao Brasil, grande pólo de difusão da língua
portuguesa, naturalmente, pelo seu peso demográfico, mas também à Ásia, que tem
na ponta do continente a China, e onde fica Macau, com mais de 500 anos de
utilização e promoção da língua portuguesa”, afirmou hoje Rui Lourido, o novo
coordenador da comissão temática para a Promoção e Difusão da Língua Portuguesa
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O organismo é coordenado
desde Janeiro pela UCCLA – União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa, e
integra 14 instituições, todas com estatuto de observadores consultivos da
CPLP.
“A China é dos países
que, não tendo como língua-mãe o português, é neste momento aquele que é o mais
responsável, em maior quantidade, pela promoção de professores e de técnicos
tradutores da língua portuguesa no mundo”, salientou Rui Lourido, que fez uma
apresentação muito genérica do plano de promoção da língua portuguesa, durante
o primeiro de um ciclo de debates, que se iniciou hoje, no âmbito das
comemorações do 5 de Maio – Dia Mundial da Língua Portuguesa e Dia da Língua
Portuguesa e da Cultura na CPLP.
Segundo o responsável da
comissão, as iniciativas do novo plano “são também, do ponto de vista
tipológico, altamente abrangentes e diversificadas” e vão desde encontros
literários, conferências, projectos literários, como a construção, em livro,
das reacções de 75 escritores do mundo da língua portuguesa à pandemia de
covid-19″, e que a UCCLA lançará em 5 de Maio.
O livro, com o título
“Literatura e cultura em tempos de pandemia”, é editado pela UCCLA, com
distribuição da editora Guerra e Paz.
Outro dos destaques é a
reabertura do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, que está prevista para
Julho, depois de ter sido atingido por um grande incêndio que destruiu as
instalações, em Dezembro de 2015.
Prémios literários,
bibliotecas, digitais e físicas, cursos de língua portuguesa nos vários
territórios, fazem também parte do plano.
‘A língua vai ao
comércio local’, iniciativa da câmara da cidade espanhola de Olivença, que está
a ser implementada junto de lojas e mercados locais, bem como exposições e
feiras do livro, concertos, bailados, teatros e recitais de poesia, oficinas
lúdico-didáticas e ciclos de cinema, programas de rádio e festivais contam
também com apoios do plano.
O plano para 2021 tem
“abrangência temporal, com iniciativas que ficarão permanentemente ao dispor de
todos, nomeadamente as bibliotecas digitais ou as plataformas on-line, onde se
realizam actividades, mas tem também outras temporárias, conferências e
debates”, adiantou o, também, coordenador cultural da UCCLA.
Do ponto de vista
geográfico, são envolvidos Brasil, Macau, Cabo Verde, Espanha, Guiné-Bissau,
Índia, Portugal e Timor-Leste, disse.
Porém, ressalvou, “este
é um plano de trabalho em desenvolvimento”, e a ideia é chegar “a outros locais
e outras geografias, se não em 2021, em 2022, durante o biénio” em que a UCCLA
será coordenadora da comissão.
O ciclo de debates que
hoje arrancou, da iniciativa da CPLP, tem como tema a “Promoção e difusão da
língua portuguesa: Estratégias globais e políticas nacionais” e conta com
quatro sessões em formatos presencial e online, com a apresentação de painéis e
discussão em mesas-redondas, nos quais participam representantes dos
Estados-membros, dos observadores associados e consultivos daquela organização
e outras instituições da sociedade civil.
O 5 de Maio foi
instituído como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP pela XIV Reunião
Ordinária do Conselho de Ministros da CPLP, em 20 de Julho de 2009.
Na sua intervenção de
hoje, Rui Lourido considerou “uma honra poder juntar a qualidade académica de
uns e técnica e cultural e literária de outros na promoção da língua comum”,
referindo-se às 14 instituições que compõem a comissão, criada em 2013.
Rui Lourido aproveitou
ainda a ocasião para anunciar que a UCCLA vai apresentar, a 5 de Maio, o
resultado do prémio Novos Talentos em Língua Portuguesa, já na sua sexta
edição, que contou com a concorrência de 700 obras de autores residentes em 21
países.
A UCCLA sucedeu na
coordenação da comissão à Fundação Calouste Gulbenkian.
A CPLP conta com nove Estados-membros: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. ANG/Inforpress/Lusa
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