Ucrânia/China diz que a sua posição sobre o conflito é “imparcial”
Pequim
recusou-se a criticar a Rússia pela invasão da Ucrânia, ou mesmo referir-se ao
conflito como uma “guerra”.
Os
comentários do porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros Zhao Lijian
foram feitos depois de delegações de alto nível dos Estados Unidos e da China
se terem reunido, em Roma, para abordar a posição da China, entre outras
questões.
O
embaixador da União Europeia em Pequim, Nicolas Chapuis, pediu hoje também que
a China apoie a Ucrânia. “Não pode haver a chamada neutralidade”, disse.
Em
conferência de imprensa, Zhao disse que os “EUA criaram e espalharam
desinformação”, acrescentando: “Isso não revela apenas falta de ética, mas é
também imoral e irresponsável”.
“O
que os EUA deviam fazer é refletir profundamente sobre o papel que
desempenharam no desenvolvimento e evolução da crise na Ucrânia, e fazer algo
prático para aliviar a tensão”, apontou.
A
China tem mantido uma posição ambígua em relação à Ucrânia. Por um lado,
defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem
ser respeitadas – um princípio de longa data da política externa chinesa e que
pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às
sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da
Europa como a raiz do problema.
Durante
um encontro em Roma, o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos
Jake Sullivan procurou que Pequim definisse com clareza a sua posição, e
alertou a delegação chinesa, novamente, que a assistência à Rússia – incluindo
ajudar o país a evitar sanções impostas pelos EUA e os aliados ocidentais –
terá um preço a pagar.
O
Kremlin negou relatos de que solicitou equipamento militar à China para uso na
guerra.
Zhao
repetiu as afirmações de que a China está “profundamente entristecida” com a
“situação”. O país está “comprometido” em promover negociações de paz, apontou.
“A
posição e as declarações da China sobre a questão da Ucrânia são completamente
objectivas, imparciais e construtivas”, realçou.
Zhao
também disse que um terceiro lote de ajuda humanitária enviado pela China para
a Ucrânia chegou à Polónia na segunda-feira.
Chapuis
instou a China a apoiar a Ucrânia e a “ajudar a Europa a parar a guerra”.
“Pedimos
a todos os nossos amigos chineses que identifiquem o agressor e apoiem a
vítima”, disse o embaixador, durante uma mesa redonda organizada pelo Centro para
a China e a Globalização, um ‘think tank’ com sede em Pequim.
ANG/Inforpress/Lusa
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