Afeganistão/ONG's suspendem ajuda humanitária no país
Bissau, 30 Dez
22 (ANG) - No Afeganistão, as restrições à liberdade das mulheres e a violação
dos seus direitos acumulam-se no Afeganistão, com o regime talibã a proibir as afegãs de
trabalhar em organizações não-governamentais.
A ONU decidiu
suspender temporáriamente vários programas de ajuda no país.
No Afeganistão,
mais de 28 milhões de pessoas, ou seja dois terços da população, depende de
assistência humanitária para sobreviver. Sem
a participação das suas empregadas, muitas organizações não-governamentais não
podem continuar a funcionar. Na segunda-feira, meia dúzia de ONG's suspenderam
as suas actividades no país, como a Save the Children, a CARE e Conselho
Norueguês para os Refugiados, entre outras.
A organização International Rescue
Committee, que fornece ajuda em saúde, educação e outras áreas e emprega 3 000
mulheres em todo o Afeganistão, também anunciou suspender as suas
atividades.
Por seu lado, a ONU alertou que a participação das mulheres é essencial em "todos
os aspetos da resposta humanitária no Afeganistão", uma vez que podem
aceder a "populações que os homólogos masculinos não podem alcançar".
Apesar das suas promessas de maior
flexibilidade, os Talibãs voltaram a uma interpretação ultra-rigorosa do Islão.
Desde o seu regresso ao poder, as mulheres foram progressivamente
afastadas da vida pública e excluídas dos colégios e liceus.
A crise económica piorou desde que os Talibãs voltaram ao poder em
agosto do ano passado. A ONU prevê que cerca de 20 milhões de pessoas vão enfrentar fome
aguda até o final de março de 2023.
Com a ajuda humanitária bloqueada no país, esta nova violação dos
direitos das mulheres vai certamente afetar a população no seu todo.
Os países do G7 (Alemanha, Canadá, Estados-Unidos, França, Itália,
Reino-Unido e União Europeia) reclamaram aos Talibãs, nesta quinta-feira dia 29
de dezembro, a anulação "urgente" da proibição de mulheres que
trabalham para a ONU e no setor humanitário, no país. ANG/RFI
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