França/ Alegado autor de ataque
contra curdos indiciado por assassínio
Bissau, 27 Dez
22 (ANG) - O homem suspeito de ter assassinado três cidadãos curdos, na
sexta-feira, em Paris, foi indiciado por assassínio e tentativa de assassínio.
O francês, de 69
anos, reconheceu ter um “ódio patológico” por pessoas estrangeiras.
Depois do ataque que fez três mortos e
três feridos, o suspeito foi indiciado, na segunda-feira, por homicídio e
tentativa de homicídio com motivações racistas, étnicas, nacionalistas e
religiosas, bem como por aquisição e posse não autorizada de armas.
De acordo com a Procuradora de Paris,
Laure Beccuau, citada pela Agência France Presse, o indivíduo disse ter um
“ódio dos estrangeiros que se tornou patológico” desde que a sua casa foi
assaltada em 2016. O francês, de 69 anos, ter-se-ia descrito como “depressivo”
e com tendências “suicidas” e teria dito ter tido “sempre vontade de assassinar
migrantes, estrangeiros” desde esse assalto. Recorde-se que ele foi detido na
sexta-feira, pouco depois de ter disparado contra um centro cultural curdo em
Paris. Três pessoas morreram, nomeadamente Abdurrahman Kizil, um cantor curdo
refugiado político, e Mir Perwer, responsável do Movimento das Mulheres Curdas
em França, Emine Kara. Houve, ainda, três feridos.
O ataque provocou várias manifestações por
parte da comunidade curda que fala em ataque “terrorista” e aponta o dedo ao
governo da Turquia. Para muitos curdos, o triplo assassínio remete para outro -
que nunca foi esclarecido, em 2013 - de três militantes do Partido dos
Trabalhadores do Curdistão, uma organização considerada como terrorista por
Ancara e pela União Europeia.
Entretanto, o embaixador de França na
Turquia, Hervé Magro, foi convocado, na segunda-feira, pelo ministério turco
dos Negócios Estrangeiros. De acordo com a AFP, Ancara fala em “propaganda
anti-Turquia” em França desde a morte dos três curdos e critica Paris por ter
deixado alegados apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão
manifestarem-se na capital, alguns com cartazes a associarem a Turquia ao
ataque.ANG/RFI
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