terça-feira, 27 de dezembro de 2022

   França/ Alegado autor de ataque contra curdos indiciado por assassínio

Bissau, 27 Dez 22 (ANG) - O homem suspeito de ter assassinado três cidadãos curdos, na sexta-feira, em Paris, foi indiciado por assassínio e tentativa de assassínio.

O francês, de 69 anos, reconheceu ter um “ódio patológico” por pessoas estrangeiras.

Depois do ataque que fez três mortos e três feridos, o suspeito foi indiciado, na segunda-feira, por homicídio e tentativa de homicídio com motivações racistas, étnicas, nacionalistas e religiosas, bem como por aquisição e posse não autorizada de armas.

De acordo com a Procuradora de Paris, Laure Beccuau, citada pela Agência France Presse, o indivíduo disse ter um “ódio dos estrangeiros que se tornou patológico” desde que a sua casa foi assaltada em 2016. O francês, de 69 anos, ter-se-ia descrito como “depressivo” e com tendências “suicidas” e teria dito ter tido “sempre vontade de assassinar migrantes, estrangeiros” desde esse assalto. Recorde-se que ele foi detido na sexta-feira, pouco depois de ter disparado contra um centro cultural curdo em Paris. Três pessoas morreram, nomeadamente Abdurrahman Kizil, um cantor curdo refugiado político, e Mir Perwer, responsável do Movimento das Mulheres Curdas em França, Emine Kara. Houve, ainda, três feridos.

O ataque provocou várias manifestações por parte da comunidade curda que fala em ataque “terrorista” e aponta o dedo ao governo da Turquia. Para muitos curdos, o triplo assassínio remete para outro - que nunca foi esclarecido, em 2013 - de três militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão, uma organização considerada como terrorista por Ancara e pela União Europeia.

Entretanto, o embaixador de França na Turquia, Hervé Magro, foi convocado, na segunda-feira, pelo ministério turco dos Negócios Estrangeiros. De acordo com a AFP, Ancara fala em “propaganda anti-Turquia” em França desde a morte dos três curdos e critica Paris por ter deixado alegados apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão manifestarem-se na capital, alguns com cartazes a associarem a Turquia ao ataque.ANG/RFI

 

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