EUA/Joe Biden
assegura apoio à Agenda 2063
Bissau, 16 Dez 22 (ANG)–
O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou, quinta-feira, que o seu
governo vai trabalhar com o Congresso, nos próximos três anos, na mobilização
de USD 55 mil milhões, para promover as prioridades da Agenda 2063.
A Agenda 2063 é o
plano mestre de África para transformar o continente em potência global do
futuro e promover o seu desenvolvimento de forma inclusiva e sustentável.
Trata-se de um conjunto
de iniciativas propostas e actualmente em implementação pela União Africana,
adotadas a 31 de Janeiro de 2015, em Adis Abeba, Etiópia, por altura da 24ª
Assembleia Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da organização
continental.
Segundo o estadista
norte-americano, que falava na Cimeira de Chefes de Estado, no quadro da
Cimeira EUA-África, esse pacote representa o compromisso abrangente do seu país
para com o povo africano, as suas infra-estruturas, a agricultura, a
segurança e os sistemas sanitários.
Joe Biden manifestou o
interesse dos EUA de incrementarem uma parceria estratégica com os
africanos em todas as áreas, sublinhando que estão comprometidos em ajudar os
Estados de África na avaliação do financiamento necessário para terem
economias sustentáveis.
De acordo com Biden, os
povos de África são indispensáveis para a promoção de um mundo mais livre,
próspero e seguro, daí ser urgente a tomada de medidas decisivas e conjuntas.
Por isso, anunciou estão
a liderar um esforço global para levar a cabo acordos equitativos e
oferecer alívio da dívida para créditos globais.
"Estamos a
solicitar ao Congresso que dê um crédito de USD 21 mil milhões ao FMI,
para dar o acesso necessário ao financiamento aos países de baixo e médio
rendimento", referiu.
Conforme o Presidente
norte-americano, os EUA estão dispostos a apoiar os projectos de
desenvolvimento, de forma resiliente, para contraporem, sobretudo, eventuais
crises mundiais futuras.
Noutro domínio, reiterou
que o seu país apoia integralmente as reformas da ONU, sobretudo a
intenção de incluir na organização Estados africanos como observadores
permanentes.
"África tem que ter
voz em todas as salas onde são discutidos os desafios globais e em todas
as instituições onde as decisões são tomadas", declarou Biden, que apelou,
por outro lado, à União Africana para aderir ao grupo do G20, como membro
permanente.
Na visão do estadista, a
democracia é o melhor instrumento que os Estados dispõem para fazerem face
aos enormes desafios, pelo que os EUA vão continuar a trabalhar para combater
os retrocessos democráticos, por meio da sua iniciativa em África.
Anunciou, a esse
respeito, que o seu governo vai trabalhar com o Congresso para investir
USD 75 milhões, visando reforçar uma governação transparente e responsável, bem
como facilitar o registo de eleitores e apoiar as reformas constitucionais.
De igual modo, avançou
que, por meio de um programa piloto de três anos,avaliado em USD 100 milhões, o
Departamento de Defesa dos EUA trabalhará com os parceiros africanos para
impulsionar reformas e construir ou desenvolver as suas capacidades de
segurança.
Joe Biden advertiu aos
líderes africanos, entretanto, que o sucesso de toda a estratégia avaliada no
âmbito da Agenda 2063 e da Cimeira de Washington não será alcançado apenas com
comunicados, mas com uma verdadeira actuação dos Estados.
"Precisamos de
passar os nossos compromissos do papel para a prática,a fim de se refletirem na
vida das pessoas", apelou Joe Biden, que se mostrou ansioso e disponível
para visitar África.
"Tenho muita vontade de conhecer-vos a todos e visitar os vossos
países", rematou o anfitrião da Cimeira de Líderes EUA-África.
Além da Cimeira dos Chefes
de Estado, que discutiu as parcerias estratégicas para a Agenda 2063, o
último dia da Reunião de Cúpula EUA-África foi marcado pela abordagem de dois
painéis, "Parcerias Multilaterais com a África para Encontro Global"
e "Promoção da Segurança Alimentar e Resiliência dos Sistemas
Alimentares".
A Cimeira de Washington,
uma iniciativa do Presidente Joe Biden, apoiada pela União Africana, decorreu
de 13 a 15 de Dezembro, com a participação de mais de 49 líderes
africanos, incluindo o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, e influentes
homens de negócios.
Durante os dois
primeiros dias, vários eventos foram realizados, com destaque para o Fórum da
Juventude e o Congresso Anual da Eximbank, que contou com mais de 100
participantes.
Na quarta-feira,
decorreu o Fórum de Negócios, encontro em que o Presidente de Angola interveio
no painel relacionado com o tema "Construindo um Futuro Sustentável:
Parcerias para Financiar Infraestruturas Africanas e a Transição
Energética". ANG/Angop
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