Turismo/Ministro Vaz pede aposta polίtica “muito clara” para que o sector possa contribuir mais para a economia do país
Bissau, 20 Dez 22
(ANG) - O ministro do Turismo e Artesanato defendeu que é preciso uma aposta política “muito clara
e séria”, à semelhança do que se fez em Cabo Verde, para que o
turismo possa “contribuir muito forte” na economia do paίs.
Fernando Vaz falava , segunda-feira (19),à ANG e RDN numa entrevista em jeito de balanço dos trabalhos realizados pelo Ministério do Turismo e Artesanato, ao longo do ano em curso.
Sustentou que Cabo
Verde, durante 15 anos, não recebia nem 50 mil turistas e que somente ia para este país meia dúzia de pessoas para
fazer turismo de velas.
“Quando viram que
cada vez ía mais gentes deciram apostar no turismo, contruindo aeroportos em todas
as ilhas com potencial turίstico, estradas, hotéis e praias que as pessoas
estavam a procurar”, acrescentou.
Para aquele
responsável o grande problema do turismo na Guiné-Bissau é a falta de
infra-estruturas.
"Nós não temos
transportes, se alguém chegar a Bissau e quer ir para ilha há problemas de transporte
aérea e maritima, que trabalha só duas vezes por seman. Viajar de botes e
canoas não é confortável por muitos turistas”, lamentou.
Vaz realçou que é preciso infraestruturar toda aquela zona que é
área de ilhas interface que serve de
placa para outras ilhas, e refere que as ruas de Bubaque estão todas
danificadas, a tal ponto que nem através
de motos se pode descer as ruas, porque
estão todas cheias de buracos, razão pela qual a adminisrtração local, através
de meios próprios, está a recuperá-las.
Fernado Vaz disse que, devido à essa situação das ilhas, ele e o ministro das Obras
Públicas, Construção e Urbanismo viajaram
até lá e confirmaram esse problema, estando agora a serem providenciadas os
meios para se criar as condições mínimas
de infra-estrutura para que o turismo possa arrancar na Guiné-Bissau.
Fernando Vaz acrescenta
que, naquela viagem chegaram a conclusão
de que é preciso fazer uma rampa, porque quando esteve em Cabo Verde com o Presidente
da República, os caboverdianos puseram a disposição dois barcos tipo Catamarã,
que se encontra em Cabo Verde pronto para operar na Guiné-Bissau.
“Mas não pode vir
operar aqui, porque não há condições de
operacionalidades nos nossos portos. São barcos que têm rampa e levam carros,
contentores e têm mais de 200 lugares para passageiros”, explicou.
Disse que os hospitais
e meios de comunicação são infra-estruturas fundamentais para fazer o turismo. “Caso
contrário não vai haver muitos turistas”,disse acrescentando que o turista não
vai onde não existe hospital porque pode haver acidente nas praias.
Fernando Vaz
enalteceu que o Catamarã é um barco com estrutura diferente que ia melhorar,
por completo, o problema de transporte maritíma, mas diz que não há condições no
país para a sua operacionalidade.
“A equipa
caboverdiana esteve no país e fez uma
viagem de Bissau até Bubaque para ver as condições e deixaram instruções para que
sejam criadas as condições de proximidade para que possam mandar os barcos,
mais até hoje não são criadas essas condições”, disse.
O ministro de Turismo
declarou que todo esse problema de intra-estruturas condiciona o desenvolvimento
dio turismo na Guiné-Bissau, mas diz que não estão de braços cruzados e que têm estado a diligenciar para que sejam, a pouco e pouco, criadas essas
condições. “Já passaram quase 50 anos
nada foi feito para o setor do turismo”, disse.
Vaz disse que, com a melhoria
das estradas pode haver condições para se desenvolver o turismo no país.
O governante disse
que prevê-se a construção de unidades hoteleiras , em todas as regiões do paίs para
quando alguém fizer uma viagem de turismo interno encontrar um lugar onde pode
comer e dormir bem.
Afirmou que a cidade
de Cacheu não tinha nenhum restaurante para comer, mas que hoje é diferente, e que, em Canchungo, com a parceria do cantor Charbel deve ser feito um
restaurante , à semelhana do que se fez em Cacheu.
Em relação as potencialidades
turίsticas do país, Fernando Vaz disse que não há menor dúvida de que existem
enormes potencialidades no país.
“O Presidente da
República na sua viagem á Árabia Saudita conseguiu sensibilizar o Rei Saudita e
no início do mês de Dezembro em curso, uma
delegação da Arábia saudita veio com o
propósito de investir o setor turίstico
na Guiné-Bissau”, disse.
Acrescentou que nesse
quadro uma equipa técnica foi à Caravela
fazer o levantamento e que a primeira coisa que propuseram foi a construção de um aeroporto em Caravela onde
poderão aterrar aviões de grande porte.
Disse que, depois de se fazer toda a urbanização
daquela ilha, deve ser construído um hospital pequeno e escolas, que diz serem
infra-estruturas mínimas para poder
arrancar com o turismo e ter para o próximo
ano um turismo sério.
O ministro Vaz diz
que, para o desenvolvimento económico é preciso apostar no turismo e criar
intra-estruturas no país, à exemplo de Cabo Verde e Senegal, sustentando que, em
Cabo Verde, 27 por cento do Produto Interno Bruto(PIB) vem do turismo.
Disse que Cabo Verde
recebe cerca de um milhão de turistas por ano.
O ministro destacou a
interligação do turismo com outros setores, exemplificando que quando chega um turista desde do aeroporto é
recebido por quem o transporta para o hotel e o próprio hotel tem ligações com
a agricultura também, porque maior parte dos alimentos vem da agricultura.
Disse que o turismo
mexe com todo o setor nomeadamente, a saúde, transporte, transações bancárias, e
lazer entre outros.
Acrescentou que o
governo deve considerar o sector como estratégica para o desenvolvimento, criticou
que, na elaboração do Orçamento Geral do
Estado, nunca foi escolhido o turismo como área estratégica na Guiné-Bissau e que
mesmo assim, o sector contruibui com 1 e pouco por cento para o Produto Interno
Bruto (PIB).
Disse que a referida
contabilidade não é muito efetiva, porque não estão ainda organizado e que
contam só com o que os turistas gastam nos hóteis e a taxa de turismo que é paga. “O que gastam no restaurante e as opereções bancárias
não são contabilizadas”, disse.
O ministro do Turismo realçou que a Guiné-Bissau é único país na sub-região que tem acima de 80 ilhas e um potencial turistico invejável pelo que é preciso, politicamente, se apostar no sector e investir nas infra-estruturas turίsticas e projetar a urbanização de ilhas. ANG/MI/ÂC//SG
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