Refugiados/Situação vai piorar em 2023 porque muitos conflitos vão descontrolar-se
Bissau, 29 Dez 22 (ANG) – O alto-comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, alertou quarta-feira que muitos conflitos podem ficar descontrolados e muito violentos em 2023, o que aumentará a complexidade da situação dos refugiados e deslocados.
A pobreza, a escassez de alimentos e as alterações climáticas serão factores ag
ravantes de crises como as da Ucrânia, Afeganistão, Myanmar (antiga Birmânia), República Democrática do Congo, região do Chifre da África, Sahel e América Central, considerou.
“As
políticas restritivas, a crescente polarização em torno da política de asilo e
as narrativas prejudiciais sobre refugiados estão a causar grandes danos”,
disse Grandi, citado pela agência espanhola de notícias Efe.
O
número de pessoas que tiveram de deixar as suas casas devido a perseguições, guerras
e violações de direitos humanos ultrapassou, este ano, os 100 milhões, o que
mostra claramente o fracasso da comunidade internacional em encontrar soluções
duradouras para conflitos e em proteger direitos fundamentais, referiu o
alto-comissário das Nações Unidas.
Filippo
Grandi destacou ainda que os doadores – estatais e privados – mostraram mais
generosidade do que nunca este ano, mas as necessidades daqueles que foram
forçados a deslocar-se cresceram ainda mais rapidamente, obrigando o Alto
Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) a tomar decisões difíceis sobre
prioridades.
As
deslocações forçadas tornaram-se num desafio global agravado pelo facto de
muitos conflitos se manterem acesos desde há muito tempo, pelo que Grandi
defendeu que as soluções passam pela integração dos refugiados e deslocados nas
comunidades de acolhimento, pela sua realocação em países terceiros e pelo
regresso aos seus países caso as condições o permitam.
Perante
a posição de alguns países que não cumprem as suas obrigações internacionais, o
alto-comissário defendeu que a agência que dirige vai continuar a defender os
princípios da Convenção dos Refugiados de 1951, e pediu que outras organizações
e agentes façam o mesmo.
O
momento para os Estados, o sector privado, a sociedade civil e as instituições
financeiras reafirmarem os seus compromissos com esta causa será o II Fórum de
Refugiados, que será realizado em Dezembro de 2023, lembrou.
ANG/Inforpress/Lusa
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