CEDEAO/Chefes militares reconhecem em Bissau ser complexa criação de “Força anti-golpe”
Bissau, 22 Dez 22(ANG) –
Os chefes das Forças Armadas de países da Comunidade Económica de Estados da
África Ocidental (CEDEAO) reconheceram em Bissau ser complexa a atuação de uma
eventual Força de Alerta da CEDEAO, também designada de “Força anti-golpe”.
A posição está expressa
no relatório final da reunião extraordinária do Comité de chefes do
Estado-Maior da CEDEAO, realizada em Bissau, na segunda-feira, a que a Lusa
teve hoje acesso.
Na sua anterior reunião
realizada no dia 04, na Nigéria, os chefes de Estado da CEDEAO orientaram os
líderes das Forças Armadas da comunidade no sentido de apresentarem propostas,
opções, modalidades, meios financeiros e técnicos para activação da Força de
Alerta da CEDEAO (FAC), também designada, nos meios políticos de “Força
anti-golpe”.
A FAC teria como missão
o combate ao terrorismo e também para restituir a ordem constitucional em casos
de golpes de Estado em qualquer dos 15 países da CEDEAO.
Na sua intervenção na
abertura da reunião da cúpula militar na segunda-feira, a ministra dos Negócios
Estrangeiros da Guiné-Bissau, Suzy Barbosa reconheceu a urgência da criação de
uma força que fizesse frente ao terrorismo, mas também às alterações da ordem
constitucional nos países da CEDEAO.
“A nossa sub-região tem
sido perturbada por fenómeno grave de terrorismo e extremismo violento e tem
sido assolada por vagas de golpes de Estado e tomadas de poder por via
inconstitucional manifestada por transições que representam as nossas
fragilidades”, destacou ainda a chefe da diplomacia guineense.
Com as ausências dos
chefes das Forças Armadas do Burkina Faso, Guiné-Conacri e Mali, países
recentemente saídos de golpes de Estado e alvo de sanções da CEDEAO, os líderes
militares da comunidade analisaram duas opções sobre a possibilidade da
ativação da FAC.
O relatório destaca que
das duas opções, os chefes militares concluíram ser de difícil aplicação
qualquer opção que implicará o recurso à força e que será sempre necessário um
mandato e ainda dotar a FAC de meios.
“Deve notar-se, contudo,
que esta intervenção é complexa e a sua implementação poderá revelar-se
difícil, especialmente quando a população e/ou uma grande parte das Forças
Armadas apoiam a mudança anticonstitucional no país em questão”, assinala o
relatório.
Os chefes militares
apelaram à comissão da CEDEAO no sentido de criar um grupo de planeamento e
afinar opções a serem apresentadas novamente para discussão que deverão
envolver todos os países-membros da comunidade, incluindo os três atualmente
alvo de sanções.
Os líderes militares da
CEDEAO entendem que a questão da segurança deve envolver todos os países da
comunidade, lê-se ainda no relatório final.
Fazem parte da CEDEAO,
Cabo Verde, Costa do Marfim, Benin, Burkina Faso, Guiné-Bissau, Gâmbia, Gana,
Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo. ANG/Inforpress/Lusa
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