ONU/Guterres "alarmado" com exclusão de mulheres da universidade no Afeganistão
Bissau, 21 Dez 22 (ANG) - O secretário-geral da ONU, António
Guterres, está "profundamente alarmado" com a decisão dos talibãs de
proibir a admissão de mulheres nas universidades afegãs, disse terça-feira o
porta-voz, Stéphane Dujarric, em comunicado.
António Guterres pediu ao governo talibã para "assegurar a
igualdade de acesso à educação a todos os níveis".
"O secretário-geral
reitera que a negação à educação não só viola a igualdade de direitos das
mulheres e raparigas, como terá um impacto devastador para o futuro do
país", segundo Stéphane Dujarric.
O Governo talibã proibiu
terça-feira, "até nova ordem", a admissão de mulheres nas
universidades públicas e privadas de todo o país, anunciou o Ministério do
Ensino Superior local, citado pela agência de notícias afegã Jaama Press e pela
rede de televisão oficial Tolo.
O ministro da Promoção
da Virtude e Prevenção do Vício afegão, Mohamad Khalid Hanafi, precisou que a
reabertura dos centros educativos, encerrados desde a chegada ao poder dos
talibãs, "depende em grande medida da criação de um ambiente cultural e
religioso decente".
Os talibãs têm sido
criticados pelo encerramento dos centros educacionais e pela exclusão de
estudantes do sexo feminino do ensino, num quadro mais vasto de medidas
discriminatórias contra as mulheres, que as afastam de empregos.
Desde Agosto que as
autoridades impedem as alunas do ensino superior de regressarem às aulas,
autorizando apenas os alunos.
Em Fevereiro, o processo
de reabertura das universidades terminou, na sequência da imposição da
segregação por sexo nas salas de aula.ANG/Angop
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