Angola/Tribunal Supremo dita arresto
de bens de Isabel dos Santos
Bissau, 27 Dez
22 (ANG) - O Tribunal Supremo de Angola determinou o arresto preventivo de bens
da empresária Isabel dos Santos, avaliados em mil milhões de dólares.
De acordo com o jornal O País, o despacho,
datado de 19 de Dezembro de 2022, dita, nomeadamente, o arresto dos bens
ligados à UNITEL S.A., à Unitel T+ (em Cabo Verde) e à Unitel STP SARL (em São
Tomé e Príncipe) porque o tribunal considera que a empresa foi criada com
dinheiro proveniente da Sonangol.
A agência Lusa indica, ainda, que
o documento determina o arresto de 100% das participações sociais da
empresa Embalvidro, SU, onde Isabel dos Santos é beneficiária efectiva.
O arresto abrange, também, todos os saldos
bancários das contas bancárias de depósitos à ordem tituladas ou co-tituladas,
sedeados em todas as instituições bancárias, incluindo depósitos a prazo,
outras aplicações financeiras que estejam associadas ou dossiers de títulos em
nome da empresária.
Entre os bens indicados a arrestar, estão,
ainda, 70% das participações sociais na empresa UPSTAR Comunicação em que a
“arguida é beneficiária efectiva”, assim como o arresto de 70% das
participações na MSTAR S.A, empresa de telecomunicações em Moçambique.
Segundo a agência Lusa, pode ler-se no
despacho que o arresto preventivo dos bens surge ao abrigo das leis
angolanas e do artigo 31º da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção.
A filha do ex-Presidente angolano, José
Eduardo dos Santos, falecido em Agosto de 2022, em Espanha, é alvo de um
mandado de captura internacional depois de a Interpol, a agência de cooperação
policial internacional, ter confirmado, no final de Novembro, que emitiu um
“alerta vermelho” na sequência da emissão, a 3 de Novembro, de um mandado de captura
internacional de Isabel dos Santos por parte da Procuradoria-Geral da República
de Angola.
A emissão do “alerta vermelho” por parte
da Interpol significa que a agência internacional aceitou e considerou válido o
pedido de cooperação policial emitido por Angola. Por outro lado, reforça a
divulgação de tal mandado.
A empresária é visada em Angola em vários
processos judiciais por suspeitas dos crimes de peculato, fraude qualificada,
participação ilegal em negócios, associação criminosa e tráfico de influência,
lavagem de dinheiro. Isabel dos Santos é suspeita de ter prejudicado o Estado
angolano em mais de 200 milhões de euros.
No final de Novembro, Isabel dos Santos
deu uma entrevista à CNN Portugal, a partir de um local não revelado, na qual
se queixou de perseguição política por parte de João Lourenço. “Acredito que
nos países onde a lei funciona, eu estarei sempre a salvo. O único sítio onde
não estarei a salvo é efectivamente em Angola”, declarou. ANG/RFI
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