Sudão/Omar al-Bashir admite responsabilidade por golpe de Estado de 1989
Bissau, 21 Dez 22 (ANG) - O ex-Presidente sudanês Omar
al-Bashir, deposto em Abri
l de 2019, admitiu , terça-feira, em tribunal que foi
"plenamente responsável" pelo golpe de Estado que o levou ao poder em
1989, no julgamento em que pode ser condenado à morte.
"Assumo plena responsabilidade pelo que aconteceu em 30 de
Junho [de 1989] e sei que esta confissão é a prova mais forte", disse
Al-Bashir, que já foi condenado por corrupção após ter sido afastado do poder
depois de quase 30 anos de governo, de acordo com a agência noticiosa estatal
sudanesa SUNA.
O ex-chefe de Estado disse que "os membros do Conselho
Revolucionário não tiveram qualquer papel no planeamento e execução, mas foram
escolhidos para representar as suas unidades" após a revolta, na qual o
Governo democraticamente eleito de Sadiq al-Mahdi foi derrubado.
Al-Bashir é acusado, juntamente com oficiais que faziam parte do
seu Governo, de ter participado na conspiração, na detenção de líderes
políticos, na suspensão do parlamento, no encerramento do aeroporto e no
derrube das autoridades eleitas.
As investigações sobre o golpe de 1989 são um passo importante
do governo de transição acordado após a revolta militar de 2019 - derrubada
numa nova revolta em Novembro de 2021 - contra os grupos políticos islamistas
que ajudaram o antigo Presidente a chegar ao poder e a permanecer no poder
durante quase 30 anos.
Al-Bashir foi condenado em finais de 2019 a uma pena de prisão
por corrupção, mas nunca foi processado pelos alegados crimes contra a
humanidade. É também alvo de dois mandados de captura do Tribunal Penal
Internacional (TPI) por genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de
guerra por alegados abusos cometidos sob o seu comando na região sudanesa de
Darfur.ANG/Angop
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