Bruxelas/UE
apoia gestão da Presidente Boluarte da crise política no Peru
Bissau, 20 Dez 22 (ANG) – A União Europeia (UE) manifestou
segunda-feira o seu apoio à gestão da crise política no Peru que está a ser
“liderada” pela Presidente Dina Boluarte e condenou "qualquer uso de
violência e de força excessiva".
"A UE apoia os esforços políticos em curso liderados pela
Presidente Dina Boluarte", referiu um porta-voz do Serviço Europeu para a
Acção Externa (SEAE) num comunicado, no qual também pede respeito e protecção
do direito de manifestação pacífica do povo peruano e expressa
"preocupação" face às mortes e feridos verificados durante as
manifestações que abalam o país desde a destituição do ex-presidente Pedro
Castillo.
Na mesma nota, o bloco
comunitário pede a todos os atores políticos e à sociedade civil para
"trabalharem num espírito de diálogo e cooperação para acabar com a
violência, reduzir as tensões e responder às necessidades e aspirações dos
cidadãos do Peru".
Após mais de uma semana
de protestos e mobilizações que degeneraram em actos de vandalismo e confrontos
- que fizeram pelo menos 23 mortos em todo o país -, os incidentes diminuíram
no fim-de-semana à medida que as forças de segurança anunciavam estar a
recuperar o controlo da situação.
Os protestos começaram a
07 de Dezembro em várias regiões do Peru, particularmente na capital Lima e na
parte sul dos Andes peruanos, depois do Congresso (parlamento) ter destituído
Pedro Castillo da Presidência.
A destituição aconteceu
depois de Castillo ter anunciado a dissolução do parlamento e a criação de um
executivo de emergência, que governaria por decreto, medida interpretada
maioritariamente como uma tentativa de golpe de Estado.
Na semana passada, o
Supremo Tribunal do país deliberou que Pedro Castillo, sob investigação por
rebelião, ia ficar em prisão preventiva durante 18 meses.
Os manifestantes exigem
a demissão do Presidente Dina Boluarte (anteriormente vice-presidente), que
substituiu Castillo no âmbito da sucessão constitucional, e o encerramento do
Congresso, bem como a convocação de eleições gerais e de uma assembleia
constituinte.
Boluarte, que defende a
legalidade constitucional da sua gestão e que no sábado descartou renunciar ao
cargo, apresentou um projecto-lei para antecipar as eleições gerais do país
para Dezembro de 2023, uma decisão que ainda tem de ser resolvida pelo
Congresso.
O Governo peruano
decretou o estado de emergência a nível nacional, por um período de 30 dias, em
resposta aos protestos.
Devido aos
acontecimentos no país, milhares de turistas ficaram retidos no Peru, incluindo
cidadãos portugueses.
O Ministério dos
Negócios Estrangeiros informou hoje de manhã que 25 dos 66 portugueses que estavam
no Peru já saíram do país. ANG/Angop
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