Burkina Faso/Denunciada tentativa de "desestabilização das instituições do Estado"
Bissau,30 Dez 22 /ANG) - O Ministério Público militar do Burkina Faso denunciou uma tentativa de "desestabilização das instituições do
Estado", envolvendo um oficial superior preso por delitos semelhantes,
recentemente libertado e depois novamente detido.
O Ministério Público militar afirmou, numa declaração emitida
quarta-feira à noite, que "os primeiros elementos" de uma
investigação aberta após a denúncia, "revelam que os militares em conluio
com civis estavam a preparar uma desestabilização das instituições do Estado.
Um chefe-adjunto, Charles
Neboa, e um sargento, Adama Traoré, são citados como fazendo parte do grupo, de
acordo com o denunciante citado pelo procurador militar.
Este grupo "estaria
em contacto com a unidade 'Mamba Verde' do tenente-coronel Emmanuel Zoungrana e
planeou lançar ataques simultâneos à estação de rádio e televisão do Burkina
Faso (RTB), à prisão militar e ao centro correcional (Maca), onde este oficial
superior foi detido por atos semelhantes, bem como à residência do chefe de
Estado, o capitão Ibrahim Traoré", de acordo com o procurador militar.
O tenente-coronel
Zoungrana foi preso pela primeira vez a 14 de Janeiro por "tentativa de
desestabilização das instituições do Estado", "desvio de bens
públicos, falsificação e utilização de falsificações, enriquecimento ilícito e
lavagem de dinheiro".
Na altura, o Burkina
Faso era liderado por Roch Marc Christian Kaboré, presidente eleito em 2015 e
reeleito em 2020, derrubado por um primeiro golpe a 24 de Janeiro, que levou ao
poder uma junta militar liderada pelo tenente-coronel Damiba, que, por sua vez,
foi destuído pelo capitão Ibrahim Traoré, a 30 de Setembro.
Emmanuel Zoungrana tinha
sido libertado provisoriamente a 15 de Dezembro, antes de ser novamente preso a
27 desse mesmo mês na sua residência em Pabré, cerca de 20 quilómetros a norte
de Ouagadougou.
Num vídeo amplamente
divulgado no Facebook, afirmou ter sido vítima de duas tentativas de
envenenamento durante a sua prisão e monitorizado por drones, desde a sua
libertação provisória.
O antigo chefe do 12º
Regimento de Comando de Infantaria, baseado em Ouahigouya, capital da região
norte, o tenente-coronel Zoungrana, 41 anos, passou o testemunho a 21 de
Dezembro de 2021, antes de regressar a Ouagadougou, onde aguardava uma nova
missão. ANG/Angop
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