quinta-feira, 6 de julho de 2023


Comunicação social
“Os profissionais do setor devem auferir  bom salário para garantir a independência financeira e moral”, diz Presidente do SINJOTECS

Bissau, 06 Jul 23 (ANG) – A presidente do Sindicato de Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social(SINJOTECS) defendeu quarta-feira que os profissionais do sector devem auferir  um “bom salário” para garantir a independência financeira  e moral.

Indira  Correia Baldé falava  na cerimónia de apresentação do Relatório final de estudos sobre “ Condições das mulheres e homens jornalistas na Guiné-Bissau”, um trabalho feito pela Associação de Mulheres Profissionais da Comunicação Social (AMPROCS), financiado pela Cooperação Portuguesa.

Disse que a falta de investimento nos recursos humanos no sector da Comunicação Social está a contribuir para a fuga dos seus profissionais para o setor privado e organizações não governamentais e outras instituições, frisando que essa fuga não aconteceria se tivessem bom salário e que estariam nos órgãos  a prestar serviço de qualidade.

Coreia Baldé acrescentou  que também existe um défice de diálogo entre os autores da media e as autoridades políticas da Guiné-Bissau.

Aquela sindicalista disse que as mulheres têm-se confrontado com situações de assédio sexual e moral nos seus locais de trabalho, e que essas violações já foram várias várias vezes  relatadas em primeira pessoa, e que o  estudo veio agora confirmar tudo.

Indira Baldé pediu à todos os profissionais da comunicação social guineense para se empenharem na luta contra essa prática em todos os órgãos, a fim de puderem fazer um “bom jornalismo”.

O estudo  feito em  2022  pela AMPROCS, ACEP, LGDHe a MIGUILAN Guiné-Bissau, envolvendo 100 jornalistas ,revela que   66 inqueridos não têm salário, mas que beneficiam, as vezes, de pequenos subsídios,   45  dos quais são mulheres, e alguns confirmaram que têm outro fonte de rendimento.

Segundo o documento, a abertura das emissões à participação popular em programas matinais, sobretudo,  várias vezes  motivada pela agenda política, tem gerado nos bairros da capital e nas comunidades sentimentos de divisão e ódio.

Em relação ao assédio sexual, 22 jornalistas declararam que já foram vítimas da prática, sendo  21 mulheres.

No que tange com o espancamento e perseguição,  de 2020 à esta parte, o país registou vários casos de agressões aos analistas e ativistas políticos, alegadamente , por serem críticos ao regime instalado.

O estudo destacou  entre  as vítimas de rapto e espancamentos  o deputado e líder da bancada do APU-PDGB Marciano Indi, ataque à Rádio Capital, dois ativistas políticos do MADEM-G15(Carlos Sambú e Queba Sané) torturados na Presidência da República, Adão Ramalho, da Rádio Capital , bloguista António Aly Silva, Sumba Nansil e Sabino dos Santos, que foram submetidos à obrigatoriedades no âmbito  do  Termo de Identidade de Residência, aplicado pelo Ministério Público.

A susupensão do  jornalista da TGB(televisão pública), Baducaram Imbenque,   de serviço por não ter acatado as orientações  do diretor, que violam o  princípio ético e deontológico profissional, o rapto e espancamento do ativista político e militante do PRS Alqueia Tambá, por, alegadamente,ter acusado ao Chefe de Estado de ser  golpista,  e o ataque com armas de fogo a residência do analista político Rui Landim e outros foram igualmente destacados nesse estudo. ANG/JD/ÂC//SG

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