Riade/Arábia Saudita e Rússia
limitam oferta de petróleo
Bissau, 05 Jul 23 (ANG) - A Arábia Saudita anunciou esta
segunda-feira que vai prolongar a redução da sua produção de petróleo em um
milhão de barris diários para apoiar os preços e a Rússia disse que baixará em
500 mil barris as suas exportações.
A redução da Arábia Saudita, com efeitos a partir de Julho, vai
continuar em Agosto e "pode ser prolongada" depois desse período,
indicou a agência noticiosa oficial, citando fonte do Ministério da Energia.
"A fonte confirmou que essa redução voluntária adicional
reforça as medidas de precaução tomadas pelos países da OPEP+ com o objectivo
de apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petrolíferos",
acrescentou a agência.
A decisão mantém em cerca de nove milhões de barris diários a
produção do país.
Ao anunciar a redução no mês passado, após uma reunião de
produtores de petróleo, o ministro saudita da Energia, Abdelaziz bin Salman,
precisou que poderia ser "extensível".
Em Abril, vários países da OPEP+, aliança que reúne os membros
da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e 10 aliados,
incluindo a Rússia, decidiram fazer uma redução voluntária na sua produção em
cerca de um milhão de barris por dia, uma decisão inesperada que apoiou
momentaneamente os preços, sem conseguir mantê-los em alta por muito tempo.
Os produtores de petróleo têm sido confrontados com a queda dos
preços e uma forte volatilidade dos mercados, consequência da invasão russa da
Ucrânia e da vacilante recuperação económica da China.
Pouco depois do anúncio da Arábia Saudita, a Rússia declarou que
vai reduzir as exportações de crude em 500 mil barris por dia em Agosto.
"No quadro dos esforços que visam equilibrar o mercado, a
Rússia vai diminuir voluntariamente as entregas aos mercados petrolíferos em
500 mil barris por dia em Agosto, reduzindo as exportações nessa
quantidade", afirmou o vice-primeiro-ministro Alexandre Novak, citados
pelas agências russas.
A Rússia já tinha anunciado em Fevereiro passado uma diminuição
da produção em 500 mil barris por dia, uma medida que disse querer manter até
ao fim de 2024. A decisão anunciada esta segunda-feira diz respeito às exportações
e não à produção.
A reacção do mercado às decisões anunciadas por Riade e Moscovo
foi discreta. O petróleo Brent, de referência na Europa, subiu 0,98% para 76,15
dólares o barril e o petróleo norte-americano WTI aumentou 1,02% para 71,36
dólares, longe dos picos atingidos em Março de 2022, no início do conflito na
Ucrânia, quando os preços chegaram perto de 140 dólares.
Desde o início do ano, o Brent baixou 11% e o WTI caiu 7%. ANG/Angop
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