RDC/ Início da retirada da força regional da África Oriental
Bissau, 04 Dez 23 (ANG) - A
força regional da Comunidade da África Oriental (EAC-RF) começou este
domingo, 3 de Dezembro, a sua retirada da República Democrática do Congo.
O primeiro grupo composto por cerca de cem soldados quenianos deixou Goma com
destino a Nairobi.
O primeiro grupo composto por cerca de cem
soldados quenianos inclui também soldados do Uganda, do Burundi e do Sudão do
Sul. O grupo deixou a região a partir do aeroporto de Goma, capital da
província do Kivu do Norte, com destino a Nairobi.
Este é o primeiro passo das decisões
tomadas durante a cimeira regional que decorreu no mês passado, em Novembro,
na Tanzânia. A 24 de Novembro, a RDC anunciou que não iria renovar o mandato da
força regional, presente no Kivu do Norte, que expira esta semana, na
sexta-feira 8 de Dezembro.
O chefe de Estado-Maior do exército
queniano visitou na semana passada Goma, onde felicitou as suas tropas pelo
trabalho no Kivu do Norte e apelou para que permaneçam "vigilantes"
enquanto a força viver neste "período
de transição".
Os homem da força regional da África
Oriental chegaram a Goma há um ano para enfrentar o ressurgimento da
rebelião do M23. Khishasa acusa a força regional de não ter conseguido resolver
o problema para a qual foi destacada e de não ter conseguido forçar os rebeldes
a deporem as armas.
A partida deste primeiro grupo de soldados
quenianos acontece numa altura em que os combates prosseguem entre o M23, o
exército congolês e as milícias de autodefesa. Para evitar de deixar um vazio
deixado pela retirada da força regional, Kinshasa está à espera do envio de
tropas da SADC, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, que ainda
não chegou ao país.
As autoridades congolesas garantem que o
exército nacional está a ganhar força, com o objetivo de garantir a defesa do
próprio território e proteger o país das “agressões” dos seus vizinhos,
nomeadamente do Ruanda.
Durante as últimas três décadas,
vários grupos armados e outras milícias devastaram o leste da RDC, um
legado de guerras regionais que eclodiram nas décadas de 1990 e 2000.
Além da força da África Oriental, uma
missão da ONU, a Monusco, antiga Monuc, está presente na RDC desde 1999. Também
acusada de não ser eficaz, Kinshasa pede a sua retirada, "ordenada mas
acelerada" , a partir de Janeiro de 2024. A MONUSCO conta com cerca
de 14.000 soldados da paz, destacados quase exclusivamente no leste do país.
As eleições gerais estão marcadas para 20
de Dezembro na RDC, um vasto país com cerca de 100 milhões de
habitantes. O Presidente cessante, Félix Tshisekedi, no poder desde
Janeiro de 2019, é candidato a um segundo mandato de cinco anos. No entanto, devido
à rebelião do M23, as eleições não se vão poder realizar em dois territórios do
Kivu do Norte. ANG/RFI
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