RDN/Funcionários denunciam assalto à estação pelo ex-diretor-geral Mama Saliu Sane
“Na passada quarta-feira, o senhor
Mama Saliu Sane, antigo diretor-geral, chegou aqui com polícias e mandou reunir
o ‘staff’ que o diretor-geral, Baio Danso, nomeou e disse-nos que a partir
daquele dia ele é que é o diretor-geral da Radio Nacional”, afirmou Tavares.
Falando numa vigília em que os
funcionários empunhavam velas acesas, em “sinal de luto” na Rádio Nacional,
Filomena Tavares notou que a manifestação é para denunciar não só a forma como
Mama Saliu Sane assumiu a rádio, como também a censura que tem sido imposta no
órgão.
“Entendemos que isso é um assalto à Rádio
Nacional, uma falta de respeito aos funcionários desta rádio que acompanhou o
processo da independência da Guiné-Bissau e que está a trabalhar para o
desenvolvimento do país”, notou ainda Filomena Tavares.
Os funcionários anunciaram que a
vigília iria decorrer até à tarde, mas a polícia dispersou os funcionários
quando estavam a dar entrevistas para outros órgãos de comunicação social.
A presidente do Sindicato dos
Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social (Sinjotecs), Indira Correia Baldé,
disse que todos os cidadãos guineenses devem solidarizar-se com os funcionários
da RDN e denunciar o que se passa no órgão.
Correia Baldé considerou inaceitável a
forma como Saliu Sane assumiu a rádio e critica ainda a prática de censura
denunciada pelos jornalistas da estação.
“Tem de haver rigor e imparcialidade,
ninguém pode aceitar a censura”, observou a presidente do Sinjotecs ao comentar
relatos dos profissionais da RDN segundo as quais o novo responsável é quem
dita as notícias que podem ser transmitidas na antena.
Elementos da força de segurança e de
estabilização da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO),
estacionada na Guiné-Bissau, estão diante das instalações da RDN, bem como a
Polícia de Intervenção Rápida (PIR).
Os funcionários abandonaram a estação
que neste momento apenas emite música.
O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro
Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento e demitiu o Governo eleito, no passado
dia 04, na sequência de confrontos armados entre a Guarda Nacional e as Forças
Armadas.
O Presidente considerou tratar-se de
uma tentativa de golpe de Estado e o líder do parlamento, Domingos Simões
Pereira, tem refutado esta tese e promete que o órgão legislativo irá continuar
a funcionar. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário