Pequim/População
da China diminui pelo segundo ano consecutivo
Bissau,
17 Jan 24(ANG) – A população chinesa diminuiu em dois milhões de pessoas em
2023, a segunda queda anual consecutiva, face à descida dos nascimentos e
aumento das mortes, após o fim da estratégia ‘zero casos’ de covid-19, foi hoje
anunciado.
O
número marca, de acordo com o Gabinete Nacional de Estatística (GNE), o segundo
ano consecutivo de contração, depois de a população ter caído 850.000 em 2022,
quando se deu o primeiro declínio desde 1961. Nesse ano, o número de habitantes
contraiu-se como resultado da fracassada política de
industrialização Grande Salto em Frente.
A
China terminou 2023 com 1.409,67 milhões de habitantes, contra 1.411,75 milhões
no final do ano anterior.
A
diminuição de 2,08 milhões de pessoas representa uma queda homóloga de 0,14
% e confirma a tendência demográfica negativa que começou em 2022 e para a
qual as autoridades chinesas têm vindo a alertar há anos.
O
país asiático registou 9,02 milhões de nascimentos no ano passado, em contraste
com os 9,5 milhões registados em 2022 e apesar dos esforços das autoridades
nacionais e locais para aumentar a taxa de natalidade.
Especialistas
chineses previram em novembro passado que o número de nascimentos na China
continuaria a diminuir em 2023 pelo sétimo ano consecutivo, devido a uma queda
no número de casamentos nos últimos anos e a um atraso na idade de casamento
entre os jovens chineses.
Segundo
dados oficiais, o número de homens ultrapassou o de mulheres, com um rácio de
104,49 homens por cada 100 mulheres: o número de homens situou-se em 720,3
milhões, enquanto o número de mulheres foi de 689,4 milhões.
Os
dados refletem também um aumento do número de mortes, que passou de 10,41
milhões para 11,1 milhões.
Desde
que abandonou a política do filho único, a China tem procurado encorajar as
famílias a terem um segundo ou até terceiro filho, mas com pouco sucesso.
O
maior custo de vida e com a saúde e educação das crianças e uma mudança nas
atitudes culturais que privilegia famílias menores estão entre os motivos
citados para o declínio nos nascimentos.
Durante
o 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, em 2022, o partido no poder sublinhou
que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza
os custos da gravidez, do parto, da escolaridade e da educação dos filhos”.
Lin
Caiyi, vice-presidente do Instituto de Investigação do Fórum de Economistas da
China, alertou para o facto de uma população cada vez menor significar uma
força de trabalho cada vez menor, o que “trará inevitavelmente um crescimento
económico mais lento”.
O
especialista, citado pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, disse
que a pressão sobre as despesas da segurança social “aumenta de ano para ano à
medida que a população envelhece”.
Peng
Xizhe, professor do Centro de Estudos sobre População e Política de
Desenvolvimento da Universidade de Fudan, previu que a população da China “vai
continuar a diminuir” nos próximos anos.
Estima-se
que, em 2035, haverá 400 milhões de pessoas com mais de 60 anos na China, o que
representa mais de 30 % da população chinesa.
Segundo projeções da ONU, a Índia ultrapassou a China no ano passado como o país mais populoso do mundo. ANG/Inforpress/Lusa
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