sexta-feira, 30 de agosto de 2024

CAN-2025/Duas novidades da convocatória de Luís Boa Morte atuaram no futebol português

Bissau, 30 Ago 24 (ANG) – As duas novidades que constaram na recente lista de convocatória do selecionador nacional de futebol da Guiné-Bissau, Luís Boa Morte, para a dupla jornada de qualificação para o Campeonato Africano das Nações, CAN-2025, frente a Eswatini e Moçambique, atuaram no futebol português.

A Guiné-Bissau recebe em casa  no dia 05 de setembro a Eswatine, e no dia 10 do mesmo mês desloca-se até Maputo para defrontar o Moçambique.

As duas atletas convocadas por Luís Boa Morte, tratam-se de guarda-redes Manuel Issufe Djaló que actua no “FC de Koeppchen” de segundo escalão de Luxenburgo, e o defesa central, Gilberto Batistade Morreirense de Portugal.

Falando em breves palavras da carreira inicial do guarda-redes Manuel Issufe Djaló, recorda-se que o miúdo começou a aventura no futebol guineense, onde representou o grupo desportivo e recreativo de Quelelé, antes de ingressar ao futebol português na escalão dos sub-19 de Freamund, na temporada 2018/19.

Na época seguinte, mudou-se para Luxemburgo, e seguiu-se para “Pedrouços” na mesma temporada de 2019/20.

Já em 2020/21, rumou-se para à “Mirandela”, e em 2021/22, transferiu de novo para “Ar São Martinho”, passando ainda pelo “Lusitano de Évora”, entre 2022/23, antes de rumar para “Una Strassen” de Luxemburgo, na época 2023/24, clube que deixou para integrar ao “FC de Koeppchen” de segundo escalão do futebol Luxemburguês.

Enquanto que o defesa central Gilberto Dambi Batista, formado no Sporting Clube de Portugal, passaou por toda formações juvenis leonina, desde sub-19, 20, e 23, inclusivo à equipa “B” dos leões.

Representou os sub-20 de Portugal, e atualmente joga no Moreirense de Portugal, onde ainda não somou qualquer minuto desde o inícia da época desportiva 2024/25, apenas foi uma vez convocao, mas não saiu do banco de suplentes, na partida frente ao Arouca da segunda jornada da primeira liga portuguêsa.ANG/LLA/ÂC      

Sociedade/Ministra da Mulher condena morte de uma jovem por ter alegadamente  recusado casamento forçado

Bissau 30 Ago 24 (ANG) – A ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social condenou esta quinta-feira o acto de espancamento até a morte de uma jovem que supostamente teria recusado o casamento forçado na localidade de Catché arredores de Timbo, sector de Catio, sul do país.

Maria Inácia Có Sanha em declarações a imprensa à saída de um encontro com a Primeira Dama Denisia dos Reis Embalo a quem foram informar do lançamento no próximo dia 16 de Setembro de 2024 do Programa do Desenvolvimento de  Género da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

A governante disse tomar conhecimento do sucedido através dos orgãos de comunicação social, tendo lamentado a morte da menina tão jovem que perdeu a sua vida por causa da violência.

Aquela responsável frisou que o assunto já é da alçada das autoridades judiciais que são orgãos competentes e que irão trabalhar para apurar as responsabilidades, encontar e punir os responsáveis .

“Da parte do Ministério, vamos continuar a seguir este caso através do Instituto da Mulher e Criança que é uma instituição criada com vocação para trabalhar nesse sentido”,garantiu.

Voltando ao assunto do lançamento do Programa de Género da CEDEAO, Maria Inácia Có Sanha disse que, a  Primeira Dama garantiu dar o seu apoio incondicional na execusão de diferentes progamas a favor da mulher e criança na Guiné-Bissau.

Disse que,  por outro lado prometeu  amadrinhar o evento que terá como foco a Cirurgia de Fístula para mulheres que padecem desta doença.

Inácia Có realçou que, o programa tem três vertentes, sendo a primeira a sensibilização, a segunda, sobre a cirúrgia e a terceira é a reinserção económica das mulheres.

Informou que, uma delegação de Alto Nível desta organização sub-regional estará em Bissau para participar no acto do lançamento do referido programa.

 “No encontro serão realizados  os diferentes programas de gènero que compreende não só a fístula, mas também o programa de Bolsa de Excelência para meninas carênciadas, de Auto-Medicação das mulheres, assim como o programa denominado 50 mulheres em palavras, que são desenvolvidos nos 15 Estados da CEDEAO através do seu Centro de Desenvolvimento de Género”,explicou Inácia có.ANG/MSC/ÂC

Politica/Presidente de Timor Leste diz que não vê dificuldades da Guiné-Bissau assumir a presidência da CPLP

Bissau, 30 Ago 24 (ANG) – O Presidente de Timor-Leste disse que, o seu país presidiu sem dificuldades a Comunidade de Países de Língua Portuguesa(CPLP), entre 2014-2016, pelo que  não vê  dificuldades em a Guiné-Bissau assumir a presidência da organização.

A informação, segundo a Agência Lusa, consta na página oficial de Ramos Horta, na qual disse que a situação politica na Guiné-Bissau que inclui um calendário eleitoral muito importante, poderia levar a liderança do país irmão a repensar a decisão de assumir a presidência da CPLP no próximo ano.

"Sem pressões, adiar a Presidência da CPLP só deveria ser ponderada pelas autoridades e pelos partidos politicos da Guiné-Bissau. Talvez concluíriam que a prioridade para a Guiné-Bissau seria a normalização política, eleições livres, e recuperação económica, Mas serão eles a pensar e decidir. É um país irmão e temos que apoiar com toda a amizade e solidariedade," salientou.

O Presidente timorense numa recente entrevista concedida à Agência de Notícias portuguesa (LUSA), na qual uma pergunta foi feita sobre a capacidade da Guiné-Bissau de receber e presidir a próxima Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e deduziu que persistam preocupações, talvez legitimas, quanto a viabilidade politica e financeira da realização de uma Cimeira em Bissau.

O antigo representante do Secretário geral da ONU na Guiné-Bissau e Chefe do Gabinete do Uniogbis, referiu que, a última Cimeira de Chefes de Estado realizada em São Tomé e Príncipe que decidiu que a Guine-Bissau assumiria a Presidência da CPLP em 2025, o Governo do seu país contribuiu com $750.000 para a realização da referida Cimeira.

Sublinhou que, a Guine-Bissau já foi membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e recentemente presidiu cabalmente a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), importante organização regional africana.

O secretário geral da Frente Timorense de Libertação Nacional (FRETILIN) Mari Alkatiri, numa entrevista a Agência Lusa, alusiva aos 25 anos do referendo que levou a independência de Timor-Leste, disse que a Guiné-Bissau não tem condições para presidir e nem para acolher uma Cimeira da CPLP, devido as instabilidades política.

Numa outra entrevista  à Agência Lusa o Chefe do Governo timorense Xanana Gusmão, disse que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais, desde 2014.ANG/MI/ÂC

Ucrânia/ Kremlin não receia detenção de Putin na Mongólia, membro do TPI

Bissau, 30 ago 24 (ANG) – A Presidência russa não teme que Vladimir Putin seja detido na Mongólia durante a visita oficial da próxima semana devido ao mandado de captura do Tribunal Penal Internacional (TPI), de que o país asiático é Estado-membro.

“Não, não estamos preocupados (...) Mantemos um grande diálogo com os nossos amigos da Mongólia”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, quando questionado hoje sobre a existência de receios quanto a uma eventual detenção do líder russo no país vizinho.

Peskov acrescentou que “todos os aspetos da visita foram cuidadosamente preparados”.

A visita do próximo dia 03 foi anunciada na quinta-feira pelo Kremlin, que fez saber que Putin se encontrará com o seu homólogo mongol, Ukhnaa Khurelsukh, em Ulaanbaatar, com quem “trocará impressões sobre as relações bilaterais e a cooperação”.

O chefe de Estado russo viaja "a convite" do Presidente mongol, Ukhnaa Khurelsukh e vai "participar nas comemorações do 85.º aniversário da vitória conjunta das forças armadas soviéticas e mongóis sobre os militaristas japoneses" durante a Batalha de Khalkhin Gol.

Vladimir Putin e Ukhnaa Khurelsukh “trocarão pontos de vista sobre questões internacionais e regionais atuais”, acrescentou ainda a Presidência russa, segundo a qual “vários documentos bilaterais” serão assinados nesta ocasião.

Trata-se da primeira deslocação de Putin a um país membro do TPI desde que a entidade emitiu, no ano passado, um mandado de captura contra o líder russo, por alegados crimes de guerra na Ucrânia, uma decisão criticada por Moscovo.

A Mongólia assinou o Estatuto de Roma em 2000, antes de o ratificar em 2002.

Cada Estado-membro é obrigado a prender qualquer pessoa no seu território que seja objeto de um mandado de detenção do TPI, como é o caso de Vladimir Putin.

O Kremlin sempre rejeitou firmemente as acusações do TPI contra o Presidente russo e contra Maria Lvova-Belova, comissária para os direitos da criança, devido à deportação de crianças das regiões ucranianas ocupadas por Moscovo na sequência da invasão lançada em fevereiro de 2022.

No entanto, Putin teve o cuidado de, durante quase um ano e meio, evitar viajar para o estrangeiro, por exemplo, faltando à cimeira dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na África do Sul, em agosto de 2023, e depois à cimeira do G20 na Índia, em setembro do mesmo ano.

Por outro lado, visitou a China em maio, a Coreia do Norte em junho e o Azerbaijão em meados de agosto, mas nenhum destes países é membro do TPI.

A última visita do Presidente russo à Mongólia remonta a setembro de 2019.

A Mongólia, um país rico em recursos naturais, situa-se na Ásia Oriental, sem litoral, entre a Rússia e a China, e possui um vasto território (três vezes o tamanho da França). No entanto, tem apenas 3,4 milhões de habitantes.

No início de agosto, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, deslocou-se à capital da Mongólia, Ulan Bator, declarado como “um parceiro central” de Washington na região.

Esta visita fez parte de um desejo declarado dos Estados Unidos de aumentar a sua influência neste vasto país, também cobiçado pelos seus rivais russos e chineses.ANG/Lusa

Medio Oriente/Acordo para realização de campanha de vacinação contra a pólio na Faixa de Gaza

Bissau,30 Ago 24(ANG) - O exército israelita e o Hamas chegaram a um consenso relativamente ao estabelecimento de "pausas humanitárias" de três dias em cada um das três zonas distintas da Faixa de Gaza a partir de domingo, para permitir a implementação de uma campanha vacinação em larga escala das cerca de 640 mil crianças do enclave contra a poliomielite.

Rik Peeperkorn, representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos territórios palestinianos, anunciou nesta quinta-feira que a campanha de vacinação que deve começar no domingo, deveria numa primeira fase abranger o centro da faixa de Gaza, uma segunda pausa de três dias devendo ser implementada no sul do enclave, antes de terminar no norte do território.

No âmbito destas pausas que deveriam desenrolar-se das 6 horas da madrugada às 15 horas locais, a OMS indica que Israel se comprometeu a "suspender as ordens de evacuação para a implementação da campanha", o representante desta entidade nos territórios palestinianos acrescentando que existe a possibilidade de prolongar essas pausas de mais um dia em cada zona, em caso de necessidade.

Embora o Primeiro-ministro israelita garanta que não se trata de um "cessar-fogo para vacinar contra a pólio, mas antes a disponibilização de certos locais" em Gaza, o Hamas, que controla o enclave, declarou o seu apoio ao que apelidou de "trégua humanitária".

Os Estados Unidos que apoiam Israel, por seu turno, sublinharam a "importância de esta campanha ser conduzida sem demoras".

Depois de 25 anos de ausência desta doença dos territórios palestinianos, um primeiro caso de uma nova estirpe da poliomielite foi confirmado no dia 23 de Agosto pela OMS num bebé de 10 meses na Faixa de Gaza. Doença viral altamente contagiosa que pode provocar uma paralisia irreversível em poucas horas, a poliomielite foi praticamente erradicada a nível mundial através de campanhas massivas de vacinação.

A OMS refere ter actualmente em mãos mais de um milhão de doses para a campanha de vacinação na Faixa de Gaza, devendo receber nestes próximos dias mais 400 mil. Refira-se ainda que para ser eficaz, uma segunda dose da vacina contra a pólio tem de ser administrada um mês depois da primeira.ANG/RFI

EUA/Kamala Harris vê EUA prontos para "virar página" de Trump e terá classe média como prioridade

Bissau, 30 Ago (ANG) – A candidata presidencial democrata, Kamala Harris, afirmou que os EUA estão prontos para “virar a página” de Donald Trump e garantiu que “apoiar e fortalecer a classe média” será a sua prioridade.

Na quinta-feira, naquela que foi a primeira entrevista desde que se tornou candidata, concedida à CNN internacional, Kamala Harris acusou o adversário republicano e ex-Presidente, Donald Trump, de promover uma agenda que visa minar “o caráter e a força” dos norte-americanos e “dividir a nação”.

“Penso que as pessoas estão prontas para virar a página”, declarou Harris, na Geórgia, ao lado de Tim Walz, o governador de Minnesota e candidato a vice-presidente dos Estados Unidos, na primeira entrevista conjunta de ambos desde que se tornaram os nomeados democratas às presidenciais.

Questionada sobre qual seria a sua prioridade para o primeiro dia na Casa Branca, caso seja eleita, a atual vice-presidente focou-se na economia e em fazer a classe média prosperar através da implementação de várias propostas políticas, como reduzir os preços dos produtos alimentares, investir em pequenas empresas e na “família norte-americana, e tornar mais acessível o acesso à habitação.ANG/Inforpress/Lusa

China/Líderes dos países do Pacífico rejeitam apelos para cortar relações com Taiwan

Bissau, 30 ago 24 (ANG) – Os líderes dos países insulares do Pacífico reunidos em Tonga rejeitaram hoje apelos, apoiados pela China, para cortar relações com Taiwan, dizendo que a aliança regional manterá a política diplomática que tem há décadas.


O Fórum das Ilhas do Pacífico rejeitou assim as exigências de alguns membros, aliados de Pequim, que tinham instado a organização a deixar de considerar Taipé como um parceiro de desenvolvimento.

Numa declaração final, os líderes reafirmaram um acordo assinado em 1992 que autoriza conversações com Taiwan.

A China tem trabalhado para excluir Taiwan – uma ilha democrática governada de forma autónoma que considera fazer parte do seu território – dos fóruns internacionais.

As Ilhas Salomão, o principal parceiro de Pequim no Pacífico Sul e que acolherão o Fórum das Ilhas do Pacífico em 2025, pretendiam que Taiwan perdesse o estatuto de parceiro no Fórum, irritando alguns aliados de Taipé.

A aliança regional está dividida entre países que mantêm relações diplomáticas com a China e outros com Taiwan.

Além de Tuvalu, Palau e as Ilhas Marshall reconhecem Taipé.

Palau deverá realizar eleições gerais este ano e os laços diplomáticos com Taiwan - e uma potencial mudança a favor da China - deverão estar entre as questões principais durante a campanha eleitoral.

Nos últimos cinco anos, as Ilhas Salomão, Kiribati e Nauru romperam relações diplomáticas com Taipé a favor de Pequim.

Taiwan enviou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Tien Chung-kwang, a Tonga para reforçar os laços com os aliados insulares do Pacífico.

Na quarta-feira, o Fórum aprovou um plano, financiado em cerca de 400 milhões de dólares (mais de 358 milhões de euros) pela Austrália, para melhorar a formação policial e criar uma unidade regional, após a China ter assinado pactos de segurança com algumas nações da área.

A Austrália, que juntamente com os Estados Unidos tem historicamente sido a principal influência sobre as nações do Pacífico, tem voltado a sua atenção para a região desde o opaco pacto de segurança assinado em 2022 entre a China e as Ilhas Salomão.

A China mantém uma presença policial modesta, mas visível nas Ilhas Salomão, para onde envia agentes para treinar a polícia local em táticas de tiroteio e motim.

Semanas antes da reunião em Tonga, os líderes das Fiji, Vanuatu e Ilhas Salomão deslocaram-se a Pequim, onde destacaram a cooperação com a China e a capacidade do gigante asiático para prestar assistência ao desenvolvimento e os seus objetivos de segurança.

O Fórum das Ilhas do Pacífico é constituído pela Austrália, Fiji, Ilhas Cook, Nova Caledónia, Polinésia Francesa, Micronésia, Nauru, Nova Zelândia, Niue, Palau, Papua Nova Guiné, Ilhas Marshall, Samoa, Ilhas Salomão, Tonga, Tuvalu e Vanuatu, enquanto Kiribati anunciou a saída da organização.ANG/Lusa

Rússia/Tribunal condena jornalista russo a oito anos de prisão por "informações falsas" sobre exército

Bissau, 30 ago 24 (ANG) - O tribunal da cidade russa de Gorno-Altaysk, em Altai, condenou hoje um jornalista local a oito anos de prisão por criticar as ações do exército russo na Ucrânia nos seus artigos, anunciou a justiça.

Sergei Mikhailov “publicou artigos na internet em março e abril de 2022 contendo informações falsas” sobre as ações do exército russo na Ucrânia, disse o Ministério Público num comunicado na rede social Telegram.

O jornalista de Gorno-Altaysk, de 48 anos, trabalhava para um jornal ‘online’ local, o Listok.

Os procuradores acusaram-no de ser “motivado pelo ódio político”.

O jornalista terá de cumprir uma pena de oito anos de prisão “em colónia de regime geral”, segundo o Ministério Público.

Em tribunal, Mikhailov declarou na terça-feira que escreveu os artigos para que os seus “leitores não sejam vítimas de mentiras, para que não participem nos combates, para que não se tornem assassinos e vítimas, que não prejudiquem o nosso povo irmão ucraniano”.

O repórter classificou o conflito na Ucrânia como uma “situação terrível”, de acordo com um texto publicado ‘online’.

A Rússia suprimiu as vozes críticas durante anos, mas a campanha de repressão assumiu proporções consideráveis após o lançamento do ataque à Ucrânia em fevereiro de 2022.

As autoridades russas expandiram a repressão punindo duramente a divulgação do que considera ser “informação falsa” ou o “descrédito” das forças armadas russas.

De acordo com um levantamento da organização não-governamental (ONG) especializada OVD-Info, mais de mil pessoas foram processadas na Rússia por criticarem o ataque das forças armadas russas à Ucrânia.

Quase todos os opositores de alto nível foram detidos ou saíram para o exílio e milhares de russos comuns foram processados e multados ou presos por expressarem publicamente o seu desacordo com o Kremlin.ANGLusa


Política/Líder de APU-PDGB regressa ao país e promete falar à imprensa depois de concertação com direção da Aliança “Kumba Lanta”

Bissau,30 Ago 24(ANG) – O líder da Assembleia do Povo Unido, Partido Demorático da Guiné-Bissau(APU-PDGB) regressou hoje ao país, depois de uma ausência de dois meses.

Á sua chegada, Nuno Gomes Nabiam encontrou o aeroporto internacional Osvaldo Vieira, totalmente “deserto” dos seus dirigentes e militantes que o prometiam uma receção calorosa, devido ao cerco policial ao perímetro aeroportuário.

O líder de APU-PDGB e da Aliança “Kumba Lanta”, foi-se obrigado a dirigir-se para a sua residência onde estava a sua espera alguns dirigentes, militantes do partido e os jornalistas.

Ao dirigir-se aos jornalistas presentes na sua residência, Nuno Gomes Nabiam promete falar só depois de uma concertação com a direção da Aliança “Kumba Lanta”.

A Assembleia do Povo Unido, Partido Democrático da Guiné-Bissau, (APU-PDGB), tinha manifestado a sua determinação de concentrar os seus dirigentes e militantes hoje nas mediações do aeroporto internacional Osvaldo Vieira, para a receção do seu líder, Nuno Gomes Nabiam, desafiando o despacho do Ministério do Interior e da Ordem Pública que proibiu atos de manifestações públicas em todo o território nacional desde dia 15 de Janeiro do presente ano.ANG/ÂC

Finanças/FMI conclui revisão do Acordo com a Guiné-Bissau e desembolsa ajuda de mais de seis milhões de euros  

Bissau,30 Ago 24(ANG) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta quarta-feira, a conclusão da revisão do acordo de Facilidade de Crédito Alargada (ECF) da Guiné-Bissau e o desembolso de uma ajuda de mais cerca de 6,3 milhões de euros.

Vista frontal do Ministerio das Finanças

Em comunicado, o FMI afirma que “esta decisão permite um desembolso imediato de 6,3 milhões de euros [4,1 bilhões de francos CFA] para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento do país”.

“O empenho das autoridades [da Guiné-Bissau] numa série de reformas políticas difíceis está a começar a dar alguns resultados”, salienta o FMI, frisando que “devem perseverar a ambiciosa agenda de reformas estruturais para melhorar a mobilização das receitas internas, reforçar o controlo das despesas e melhorar a governação”.

Nesta linha, o FMI prevê que “o crescimento económico atinja 5% em 2024, enquanto a inflação deverá abrandar para 4,2%, em comparação com 7,2% em 2023, mas alerta que “as perspetivas económicas continuam sujeitas a riscos significativos a curto prazo”.

O acordo de três anos, aprovado em 30 de janeiro de 2023, visa garantir a sustentabilidade da dívida, melhorar a governação e reduzir a corrupção, no país africano de língua portuguesa, “criando simultaneamente espaço orçamental para um crescimento inclusivo”, refere-se ainda na nota, lembrando que o conselho executivo concedeu um aumento do acesso (140% da quota ou 39,76 milhões de DSE) em 29 de novembro de 2023.

O desembolso de 5,44 milhões de DSE (cerca de 7,3 milhões de dólares) para ajudar a satisfazer as necessidades de financiamento orçamental e da balança de pagamentos do país eleva o total de desembolsos ao abrigo do acordo para 24,88 milhões de DSE (30,1 milhões de euros).

O FMI prevê que o défice da balança corrente do país, membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), “diminua e atinja 6,1% do PIB”.

O diretor-geral adjunto e presidente em exercício do FMI, citado no comunicado, disse que a Guiné-Bissau “continua a enfrentar um ambiente externo e interno muito difícil” e que “os choques nos termos de troca e a inflação elevada continuam, enquanto que a restrição das condições financeiras regionais aumentou os custos dos empréstimos”.

Apesar destes desafios, Bo Li afirmou que “as autoridades da Guiné-Bissau continuaram a criar um consenso sobre as reformas essenciais e mantiveram a estabilidade política e macroeconómica”.

Para o responsável do FMI “é igualmente de louvar o facto de (…) terem restabelecido a regularidade dos processos de exportação da castanha de caju, essencial para o crescimento e receitas fiscais, e mantido fortes medidas de consolidação orçamental”.

O FMI recorda que “a consolidação orçamental continua a ser fundamental para reduzir as vulnerabilidades e garantir a sustentabilidade da dívida e a estabilidade macroeconómica”.

Por outro lado, alerta que se deve controlar as pressões sobre as despesas antes das eleições legislativas de novembro de 2024 e assegurar os objetivos de consolidação orçamental que reforcem os controlos dos gastos, defendendo que a Guiné-Bissau deve “continuar a contenção das despesas salariais”.

“A mobilização das receitas deve centrar-se na redução das despesas fiscais e no reforço da administração das receitas”, adiantou, sustentando que se deve também continuar a contactar os doadores para obter apoio orçamental adicional e subvenções para financiar as despesas sociais prioritárias.

O FMI frisa ainda que devem ser tomadas medidas urgentes para mitigar riscos fiscais da empresa de serviços públicos e continuar a avançar com a desvinculação do banco subcapitalizado, nomeadamente através de planos de contingência. E considera também “necessários esforços suplementares para melhorar a governação, em especial a transparência dos contratos públicos e as informações sobre os beneficiários efetivos, que constituem as medidas essenciais para melhorar a eficácia da luta contra a corrupção”, branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.ANG/lusa

 


Política/
APU-PDGB desafia ordens do Ministério do Interior e da Ordem Pública e promete concentrar dirigentes e militantes na receção de Nuno Gomes Nabiam 

Bissau,30 Ago 24(ANG) - A Assembleia do Povo Unido, Partido Democrático da Guiné-Bissau, (APU-PDGB), está determinada a concentrar os seus dirigentes e militantes hoje nas mediações do aeroporto internacional Osvaldo Vieira, para a receção do seu líder, Nuno Gomes Nabiam depois de dois meses ausente do país.

A posição de APU-PDGB desafia o despacho do Ministério do Interior e da Ordem Pública que proibiu atos de manifestações públicas em todo o território nacional desde dia 15 de Janeiro do presente ano.

O secretario nacional da Juventude Apuana Caustar Dafá, em conferência de imprensa realizada quarta-feira, diz não haver motivos do Ministério do interior continuar a impedir manifestações politicas desde já que há um decreto do Presidente da República que marcou as eleições legislativas para o mês de Novembro.

"E quando assim é, não há motivos em proibir um partido de receber o seu líder no aeroporto sob pena do próprio decreto estar a contrariar a si mesmo", explicou Caustar Dafá.

Pouco mais de uma semana atrás, as Forcas de Ordem a mando do demissionário Secretario de Estado de Ordem Pública, Jose Carlos Macedo Monteiro dispersaram alguns militantes do MADEM-G15 15 no aeroporto Osvaldo Vieira e, detiveram um dos ativistas politicos que foram receber o seu coordenador, Braima Camara no seu regresso ao país após algum tempo em Portugal.

Inclusive, os homens da imprensa que foram fazer cobertura jornalística foram também expulsos das mediações do aeroporto.

No entendimento de Caustar Dafá aquele ato foi uma falha por parte do Ministério do Interior.

Assegurou que o mesmo não vai acontecer no regresso de Nuno Gomes Nabiam: “estámos num Estado livre onde a lei está a cima de todos nós”, notou.

Em reação ao assunto, o secretario de Estado da Ordem Pública, José Carlos Macedo disse numa conferência de imprensa realizada na terça-feira, avisou que Nuno Nabiam vai ter o mesmo tratamento no seu regresso, igual aquando do regresso de Braima Camara e Domingos Simões Pereira.

“Nuno vai ter o mesmo tratamento que teve Domingos Simões Pereira e Braima Camara, Nuno não é ninguém na Guiné-Bissau, Nuno é zero na Guiné. Ele prometeu vir nos desafiar, que venha-nos desafiar na Guiné”, afiançou.

Jose Carlos assegurou que enquanto não houver uma outra decisão do Governo que revogue o presente despacho, o Ministério do Interior vai continuar intransigente em fazer cumprir a lei, garantiu.

Questionado sobre a vigência do referido despacho tendo em conta o aproximar da campanha eleitoral para as eleições legislativas marcadas pelo Presidente Sissoco Embalo para 24 de Novembro, José Carlos respondeu que cabe ao Ministério da Administração Territorial responder a questão.

“Não foi o Ministério do Interior que tirou o despacho, mas sim, o Conselho dos Ministros, o Ministério do Interior apenas reproduziu o despacho", sustentou.ANG/ÂC

quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Educação e Saúde/Frente Social condiciona início do novo ano lectivo com cumprimento de pontos chaves do Caderno Reivindicativo entregue ao Governo

Bissau 29 Ago 24 (ANG) – A Frente Social, organização que engloba sindicatos do sector da educação e saúde, condicionou o início do próximo ano lectivo com o cumprimento de certos pontos considerados chaves, constantes no Caderno Reivindicativo a ser entregue esta quinta-feira ao Governo.

Falando hoje numa conferência de imprensa, o porta-voz da Frente Social Ioio João Correia disse que o encontro tem entre outros objectivos  chamar atenção ao Governo de que o início do ano lectivo 2024/25 está a porta  e os problemas apresentados pelos sindicatos não foram cumpridos nem 10 por cento, frisando que não querem que que as aulas nas escolas públicas começam com paralizações.

Correia disse que, entre os pontos elencados no Caderno Reivindicativo, os mais urgentes são, o pagamento do salário aos professores de novos ingressos em contratados e que alguns estão a trabalhar há mais de um ano sem salário, pagamentos das diferentes dívidas contraídas com os técnicos da educação e da saúde, a efectivação, diuturnidade, requalificação dos técnicos destas duas áreas e a melhoria das condições laborais de trabalho.

“Quando vimos muitos investimentos na área da defesa e segurança em relação a estes dois sectores sociais, questionamos se a Guiné-Bissau está em guerra”, salientou.

Aquele sindicalista, falou ainda das nomeações de pessoas sem preparação para cargos administrativos sem respeito pela lei e nem responsabilização em casos de fraudes e outros.

A título de  exemplo, Yoio João Correia, evocou o caso da perda de mais de mil certificados no Ministério da Educação e que ainda ninguém foi responsabilizado, tendo questionado por onde está o Ministério Público para fazer o seu trabalho.

Ioio João Correia voltou a reafirmar que o objectivo da entrega do Caderno Reivindicativo é de advertir ao Governo mostrando que não querem comprometer o início do ano escolar.

“Mas perante a inoperância e falta de vontade do Executivo não temos outra escolha a não ser iniciar com as paralizações quando iniciar as aulas uma vez que não existem condições objectivas para o fazer, contudo reafirmamos a disponibilidade em negociar”, frisou.ANG/MSC/ÂC

Transportes marítimo/"Porto de Bissau reúne condições para estabelecer ligação marítima com Guiné-Conacri”, afirma João Fernando Có


Bissau, 29 Ago 24 (ANG) – O representante
do Diretor Geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau(APGB), disse que, o Porto de Bissau tem todas as  condições para estabelecer ligação marítima com a República da Guiné-Conacri  e prestar um serviço desejável para navios de passageiros.

João Fernando Có falava quarta-feira, à margem da visita das autoridades portuárias de delegação do Ministério dos Transportes e da Sociedade Naval da República da Guiné-Conacri que pretendem operar no país na área marítima.

Có disse que, as infraestruturas que o Porto de Bissau tem neste momento, ou seja, do antigo Cais, é equipado para todos tipos de navios comerciais, nomeadamente de combustível, de passageiros e que este projeto é concretamente para navios de passageiros..

"Há uma zona no Porto que é adequada em termos de características e da própria segurança para receção de pasageiros e cargas, e entendemos que é uma mais valia, porque é um Porto de multi-usos”, salientou.

Aquele responsável disse que, um Porto para ter uma operacionalidade de uma forma  desejável e que possa  servir a economia, tem que dispor de diferentes modalidades ou seja infraestruturas para totalidade de navios de transportes.

“E  nesse sentido, não temos nenhuma objeção, porque entendemos que é uma mais valia, porque quando o fluxo comércial do país está a evoluir, são as populações que sentem o seu impacto", disse.

João Fernando Có realçou que o referido projeto é uma dinâmica para sustentar setor de comércio da Guiné-Bissau.

Por seu túrno, Traore Koulako da Sociedade Naval de Conacri disse estar satisfeito com o projeto e que o navio que pretendem colocar para assegurar as ligações entre os dois países, vai poder trabalhar no Porto de Bissau sem problemas, porque o essencial é a disponibilidade dos dois países em fazer funcionar o projeto.

Disse que, os técnicos dos dois países vão em breve assinar acordo para o início das operações de ligação marítima entre Bissau e Conacri.ANG/MI/ÂC   

 

Política/”Posse dos membros da Comissão Organizadora do Congresso Extraordinário está em sintonia com os estatutos do partido”, afirma Braima Camará

Bissau, 29 ago 24 (ANG) - O Coordenador Nacional do Movimento para Alternância Democràtica  MADEM-G15 Braima Camará disse que a cerimónia de  tomada de posse de membros da Comissão Organizadora do primeiro Congresso  Extraordinário, realizada quarta-feira, está em sintonia com os estatutos do partido.


A referida Comissão é composta por 16 elementos, tendo como Presidente Abel da Silva Gomes, Arsene Adulai Djibril Baldé, vice presidente, Queba Jaita secretário e membros Mário Martins, Anita Djalo Sané, Seco Baio, Bamba Banjai, Dito Max, Fátima Vieira, Aida Correia, Dara Fonseca, Salomé Alouché, Nbissan Nquilin, Mutaro Candé, Aliu Cassama e Salifo Sané.

Na ocasião,  Braima Camará disse que, a realiação do Congresso Extraordinário,  não é do seu desejo, mas como o interesse do partido está acima de qualquer militante, incluindo ele, então é necessário realizar o referido evento.

Agredeceu a disponibilidade do Secretário Nacional Abel da Silva Gomes,  em assumir mais uma vez a Comissão Organizadora desse Congresso.

Disse que, não  compreende as razões que levaram as pessoas a lançar o debate sobre o segundo mandato do Presidente da República, tendo em conta que sabem que o país vai realizar  eleições legislativas este ano e não presidenciais.

Por outro lado,  Braima Camará disse que, o que  está a acontecer no país, não é uma luta entre cristãos e muçulmanos ou entre mandingas e fulas, mas sim, um exercício politico.

“Não é preciso ser jurista para compreender que o grupo que organizou o Congresso Estraordinário da outra ala, humilhou todos, porque violaram os Estatutos do partido”, afirmou o coordenador do Madem-G15.

Informou que, enquanto coordenador é único com competências para convocar reunião de qualquer órgão do partido e mais ninguém, tendo questionado do porquê que os outros convocaram o congresso  a revelia dos Estatutos.

Disse que, ele não está numa situação de caducidade e não é obrigado a realizar qualquer tipo de Congresso, porque seu mandato de quatro anos ainda não terminou.

Na ocasião, Braima Camará denunciou a intenção de adiamento das eleições legislativas agendadas para 24 de Novembro do ano em curso,  através de alegada tentativa de golpe de Estado para o efeito e convocação de eleições gerais ou seja presidenciais e legislativas em 2025.

A Comissão Política do Movimento para Alternância Democrática(Madem-G15),  agendou o 1º congresso extraordinário do partido liderado por Braima Camará para os dias 7 e 8 do próximo mês de Setembro, sob o lema: “Reforçar a unidade e a coesão do partido na defesa dos estatutos e da democracia interna”.ANG/LPG/ÂC

Política/ Liga Guineense dos Direitos Humanos apela ao Presidente da República a exonerar filha do cargo de conselheira

Bissau, 29 Ago 24(ANG) – A Liga Guineense dos Direitos Humanos(LGDH) apelou quarta-feira  ao Presidente da República Umaro Sissoco Embalo, a exonerar filha do cargo de conselheira.

Em entrevista à RFI, Gueri Gomes Lopes disse  "Não há nenhum texto de lei que impeça o Presidente da República nomear a sua filha, Mas, em termos de ética, é grave. E, por outro lado, o Chefe de Estado tem tido sempre pronunciamentos contra essa questão de nepotismo.

Lembrou que Umaro Sissoco Embaló tem criticado bastante os dirigentes das outras formações políticas sobre a questão da nomeação com base em nepotismo e agora, vendo ele a nomear a sua própria filha, isso contraria tudo aquilo que têm sido as suas  declarações  e põe em causa a própria credibilidade da Presidência da República", considera este membro da LGDH.

Formada, de acordo com o seu perfil, em governação global pela Universidade de Birkbeck em Londres, e em Gestão pelo ISCTE em Lisboa, Suzana Sissoco Embaló exerceu, segundo a mesma fonte, o cargo de assistente administrativa no Ministério guineense dos Negócios Estrangeiros, entre Maio de 2022 e Outubro de 2023, sendo agora conselheira especial do Presidente da República.

Ainda segundo o mesmo perfil, antes de ser nomeada conselheira, Suzana Sissoco Embaló, acompanhou o pai na visita que ele efectuou à China em meados de Julho. Antes disso, está referenciada na mesma rede que fez parte da delegação da Guiné-Bissau na cimeira África-Coreia em Junho. 

O estatuto que tinha na época a filha do Presidente também é motivo de questionamentos do ponto de vista de Gueri Gomes. "Independentemente desta nomeação, nós já sabíamos que o Presidente, tem viajado antes da nomeação com a sua filha em missões usando fundos do Estado, sem nenhuma justificação. Essa nomeação vem só formalizar aquilo que é tendência do Presidente da República de ter à sua filha e de permitir a sua filha puder, em certo momento, representar o Estado da Guiné-Bissau", diz o activista.

Gueri Gomes Lopes  refere, noutro aspecto, que as comptências da filha do Presidente também não estão em causa. "Há várias pessoas com competência para tal (ser conselheiro especial). Porque é que o Presidente não propunha nomear esses cidadãos? Nós assistimos o Presidente da República a nomear ou a exercer influência para a nomeação da sua filha. Mas isso aconteceu em outras instituições, não na própria Presidência da República. E o Presidente da República actual ultrapassou esses limites. Para nós, mostra pouca seriedade da parte do Presidente da República" considera o militante dos Direitos Humanos.

"É tempo de o Presidente reconsiderar essa nomeação, exonerando a sua filha dessa função, permitindo que a Presidência da República, enquanto instituição, tenha uma certa credibilidade junto dos cidadãos. Porque um dos aspectos negativos de nepotismo é de desacreditar a própria instituição. Quem vai acreditar que a filha do Presidente da República estará em melhores condições de poder aconselhar o Presidente da República ou de exercer essas funções junto com o Pai?", conclui o porta-voz da LGDH.ANG/JD/ÂC

         Venezuela/Maduro pede que o mundo respeite a sua reeleição

bISSAU, 29 ago 24 (ANG) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu na quarta-feira que o mundo respeite a sua vitória nas eleições de 28 de julho, não reconhecida por muitos países.

No sufrágio, a oposição, a Plataforma Democrática Unida (PUD), denunciou ter existido fraude e reivindicou a vitória.

“Com a moral que temos, exigimos que o mundo não meta o nariz nos assuntos internos da Venezuela e respeite a soberania e a vida interna da Venezuela”, apelou o Presidente, à porta do palácio presidencial, perante dezenas de apoiantes que se reuniram para defender a sua vitória nas urnas.

Maduro insistiu que cabe às instituições venezuelanas resolver as discrepâncias políticas, aludindo à decisão do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) que validou o resultado anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ambos controlados por apoiantes chavistas.

“A direita fascista, golpista e violenta voltou a fracassar. Hoje é um dia de vitória, de paz, hoje temos de o repetir, um mês depois da vitória do povo venezuelano sobre as correntes fascistas”, disse o Presidente.

Nicolás Maduro considerou que, nos últimos 30 dias, o chavismo, que governa o país desde 1999, travou uma “batalha pela verdade” e venceu-a, porque, vincou, o país está “em paz”, depois dos protestos pós-eleitorais e das operações policiais que resultaram em mais de 2400 detenções e 25 mortos, segundo fontes estatais, que não incluem o número total de pessoas detidas nas últimas semanas.

No mesmo dia, a líder da oposição, María Corina Machado, marcou presença num protesto no leste de Caracas, enquanto iniciativas semelhantes se realizaram em algumas cidades da Venezuela e em vários países estrangeiros, com o objetivo de rejeitar a validação judicial da vitória de Maduro.

A coligação PUD insiste que o seu candidato, Edmundo González Urrutia, ganhou as eleições presidenciais por larga margem e publicou “83,5% dos registos de votação”, recolhidos por testemunhas e membros das assembleias de voto na noite das eleições, para reforçar a sua reivindicação, que conta com o apoio de muitos países e organizações nacionais e internacionais.ANG/Lusa

Médio Oriente/Israel analisa ataque a veículo da ONU em Gaza e compromete-se a melhorar coordenação

Bissau, 29 ago 24 (ANG) - O exército israelita garantiu hoje que está a “analisar” o ataque contra um veículo do Programa Alimentar Mundial (PAM) que fazia parte de um comboio humanitário, após as Nações Unidas terem acusado as forças israelitas de causar o incidente.

Num comunicado enviado à agência de notícias Europa Press, as forças israelitas disseram que receberam na terça-feira o relatório do incidente, que “está a ser analisado”.

“As Forças de Defesa de Israel dão grande importância aos esforços humanitários e à proteção dos trabalhadores humanitários”, referiu a nota.

“O Estado de Israel está empenhado em melhorar a coordenação e a segurança com as organizações humanitárias para garantir a entrega eficaz da ajuda humanitária na Faixa de Gaza”, sublinhou o comunicado, depois de as Nações Unidas terem garantido que o veículo alvejado fazia parte de um comboio “plenamente coordenado" com as autoridades israelitas.

O incidente aconteceu na tarde de segunda-feira, a poucos metros de um posto de controlo, quando o veículo regressava para Kerem Shalom após ter escoltado vários camiões que transportavam ajuda para a zona central da Faixa de Gaza.

O PAM denunciou, num comunicado, que nunca foi registado um ataque direto tão perto de um posto de controlo israelita.

Segundo o porta-voz do secretariado-geral das Nações Unidas, Stéphane Dujarric, várias balas atingiram os vidros do veículo, como mostraram as imagens partilhadas pela organização internacional.

“Felizmente, os dois trabalhadores que seguiam a bordo do veículo saíram ilesos”, observou Dujarric.

Segundo o porta-voz da ONU, esse acontecimento mostra que o atual sistema de coordenação com as autoridades israelitas “não está a funcionar”, enquanto a diretora-geral do PAM, Cindy McCain, argumentou que esse tipo de acontecimentos são “desnecessários” e complicam a atenção humanitária necessária à população civil em Gaza.ANG/Lusa

  ONU/Guterres condena a "impunidade quase total" que existe no mundo

Bissau, 29 Ago 24(ANG) -  Em conferência de imprensa, em Díli, depois de um encontro com o presidente José Ramos-Horta, António Guterres considerou que a falta de respeito pela carta das Nações Unidas, pela lei internacional e pelas potências faz que continuem guerras como a do Sudão, Médio Oriente, República Democrática do Congo ou Myanmar.

O secretário-geral das Nações Unidas chegou esta quarta-feira a Timor-Leste para uma visita oficial de três dias no âmbito  dos 25 anos do referendo que pôs fim à ocupação indonésia e permitiu a independência do país.

Em conferência de imprensa, depois do primeiro encontro com o presidente  José Ramos Horta, António Guterres denunciou a "impunidade que hoje impera no mundo" e que impede a resolução de várias guerras.

Duvido sinceramente que uma situação similar hoje tivesse o mesmo resultado. Com as divisões geopolíticas que existem, duvido que o Conselho de segurança votasse unanimemente e duvido que se criassem as condições de aceitação para que uma intervenção desse tipo em qualquer outro ponto do mundo possa ter lugar.

Guterres disse que actualmente não há respeito "pela carta das Nações Unidas, pela lei internacional e pelas potências”, defendeu reformas "absolutamente essenciais" das instituições multilaterais.

Sobre Timor-Leste, considerou que “a restauração da independência não foi um fim, mas um novo começo que exigiu unidade e determinação para ultrapassar os obstáculos”, e destacou a evolução em áreas como a educação, acesso à electricidade, combate à insegurança alimentar, desigualdade de género, desemprego jovem e melhoria no acesso a cuidados de saúde.

Hoje estou aqui como testemunha de uma nação que se soube afirmar e que prevaleceu, em paz e harmonia com os seus vizinhos, uma democracia consolidada e assente no respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais.

Por seu lado, o Presidente timorense recordou que António Guterres foi primeiro-ministro de Portugal “num período crucial para Timor-Leste”, conseguindo convencer os Estados Unidos a aceitarem uma intervenção da ONU no país.

Para Ramos-Horta, Guterres é “um homem brilhante, inteligente e com grande coração”.

O chefe de Estado condecorou o secretário-geral da ONU com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção do país.ANG/RFI