João Lourenço
quer corrigir injustiças
Bissau, 17 jun 19 (ANG) - O presidente do partido no
poder e chefe de Estado de Angola, João Lourenço realçou o esforço levado a
cabo para encetar a reconstrução do país, assim como os problemas levantados
pela dívida pública angolana, segundo ele, agravada pela corrupção que dominou
a vida política nacional nas últimas décadas.
João Lourenço falava na abertura do sétimo Congresso
Extraordinário do MPLA sob o lema "MPLA e os Novos Desafios" .
O Presidente João Lourenço realizou o seu primeiro
congresso, como líder do MPLA, sem a participação de José Eduardo dos Santos,
qui chefiou o partido no poder em Angola, desde 1979, após a morte de Agostinho
Neto,
No seu discurso de abertura do VII Congresso
Extraordinário do MPLA, Lourenço lamentou a ausência de José Eduardo dos
Santos, destacando o seu contributo para a direcção do partido durante 39 anos,
mas criticou também, os que ameaçam o MPLA e fazem chantagens.
O líder do MPLA sublinhou diante do conclave a
necessidade de fazer respeitar a Constituição e a Lei, sobretudo os dirigentes,
que devem ser os primeiros a cumpri-la, para que, com o seu exemplo, eduquem
toda a sociedade, exortando o respeito pelo bem público.
Dirigindo-se em particular aos 134 novos membros do
Comite Central,que de agora em diante passa a contar com 497 dirigentes,João
Lourenço destacou igualmente a necessidade de todos responsáveis prestarem
contas, sobre a maneira como gerem o erário público.
Fazendo alusão ao enriquecimento ilícito e ao problema
da dívida pública angolana, o presidente do MPLA frisou que não era aceitável,
que se tenha chegado ao ponto de colocar a Sonangol e a Sodiam a financiar
negócios privados, como se fossem instituições de crédito.
João Lourenço insistiu no imperativo da luta contra a
corrupção, na abertura de Angola ao mundo, bem como urgência de controlar a
dívida pública, avaliada em cerca de 63% do PIB angolano.
A dívida pública,serviu também para financiar o
enriquecimento ilícito de uma elite restrita,selecionada na base do parentesco,
do amiguismo e do compadrio, que construiu conglomerados empresariais com esses
dinheiros públicos, denunciou João Lourenço.
Por cada dólar empregue no serviço da dívida, o Estado
angolano está também a pagar o investimento,dito privado, na banca, na
telefonia móvel, nos media, nos diamantes, na joalharia, nos grandes centros
comerciais, na indústria de materiais de construção e noutros sectores que
beneficiaram de dinheiro público, disse ele, denunciando comportamentos pouco
transparentes, ocorridos durante a administração do seu antecessor.
Diante dos 2.570 delegados presentes no VII
Congresso Extraordinário do MPLA, João Lourenço considerou que esta situação de
injustiça deve ser corrigida.
Se o País conseguir inverter a situação de injustiça
atrás referida, batalha que ,de acordo João Lourenço, não está ganha, Angola
com estes e outros recursos poderá combater melhor a pobreza e edificar uma
classe média com um nível de vida aceitável.
O líder do MPLA e Presidente de Angola, João Lourenço,
apelou tambem a equipa económica governamental para avaliar o momento propício
destinado à implementação do Imposto sobre Valor Acrescentado ( IVA ),
após o adiamento do prazo para Outubro.
Por ser uma novidade na nossa economia, a introdução
do IVA será um processo a implementar de forma gradual e faseada, se tivermos
em conta que o seu sucesso depende em muito da capacidade que as empresas terão
a partir de agora na organização da sua contabilidade, frisou o líder do
partido governante.
A estratégia para as primeiras eleições autárquicas
angolanas, previstas para 2020, e o alargamento do Comité Central do partido de
363 para 497 membros marcaram, os trabalhos do 7.º Congresso Extraordinário do
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA ) sob o lema MPLA e
os Novos Desafios, realizado, sábado, no Futungo de Belas, em Luanda.
Reagindo a intervenção do presidente do MPLA no
7° Congresso Extraordinário do Futungo de Belas, o secretário-geral da
UNITA,primeira força da oposição angolana, Franco Marcolino Nhani , afirmou ,
em declarações à agência Lusa, esperar que o partido, no poder, não fique pelas
declarações de intenções.ANG/RFI