Há menos
confiança na mídia
Bissau, 14 jun 19 (ANG) – Apenas 42 por cento dos 75 mil pessoas
entrevistadas em 38 países confiam na imprensa de maneira geral, revela um documento da Reuters Institute.
Essa percentagem representa cerca de dois pontos a menos em
relação a situação verificada no passado.
O estudo divulgado na quarta-feira (12) mostra que menos de uma
a cada duas pessoas confia nos veículos acessados ou lidos no quotidiano – o
equivalente a 49% dos entrevistados, ouvidos entre janeiro e fevereiro em 38
países. 51% das pessoas que participaram da pesquisa pensa que a mídia ajuda a
entender o mundo atual e menos de um terço (29%) acredita que a imprensa cubra
assuntos pertinentes. Para 16%, o “tom” utilizado nas matérias e reportagens
não é adequado.
Os resultados da pesquisa escondem disparidades importantes de
acordo com o país, indica o relatório. Na Finlândia e no Canadá, por exemplo, a
maioria da população confia na imprensa. Já na Grécia ou na Hungria, há uma
forte desconfiança. Na França, a confiança diminuiu cerca de 24%.
A imprensa foi particularmente criticada pela cobertura do
movimento dos “coletes amarelos”, especifica o documento. A confiança nas
informações consultadas nas ferramentas de busca e redes sociais continua
estável em relação ao ano passado e são, respectivamente, de 33% e 23%.
Os internautas utilizam cada vez mais aplicativos de troca de
mensagens instantâneas para compartilhar informações e se informar,
principalmente no Brasil, na Malásia e na África do Sul. O documento ressalta
que o nível de confiança aumenta com o nível educacional. Os leitores mais
diplomados na Alemanha e nos EUA, por exemplo, avaliam as mídias de maneira
mais positiva.
Paralelamente, a preocupação continua crescente em relação à
expansão das fake news, apesar dos esforços das plataformas e dos editores.
Entretanto, a proporção das pessoas dispostas a pagar por
informação on-line é baixa, é de 15%.De uma maneira geral, o relatório mostra que os internautas
preferem investir na diversão e em canais como Netflix e Spotify. Esse dado
contrasta com o fato de que cada vez mais veículos tendem a cobrar pelos seus
conteúdos. Outro dado interessante é que 32% das pessoas evitam as chamadas
“notícias quentes”, em detrimento de conteúdos mais elaborados. ANG/RFI
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