quinta-feira, 6 de junho de 2019

Sudão


                Militares querem negociar e oposição pede governo civil
Bissau, 06 jun 19 (ANG) - Os tiros continuam a fazer-se ouvir nas ruas de Cartum, depois de a repressão levada a cabo pelo Conselho Militar no poder ter feito, desde segunda-feira, 60 mortos e mais de 300 feridos, alguns em estado grave.
Os militares sudaneses querem agora negociar com a oposição.
No entanto, os movimentos contestatários não comentam o pedido de diálogo dos militares, que surge dois dias depois duma intervenção mortal contra manifestantes em Cartum .
A oposição tem vindo a exigir a transferência do poder para mãos civis, e rejeita o pedido de eleições feito pelos militares.
Faz, contudo, saber que um dos seus chefes foi preso, em Cartum, pelos serviços de segurança.
E fala-se de massacre, acusando os paramilitares, ligados ao exército sudanês, de terem dispersado, à força, as manifestações que, desde o início da semana, se concentram frente ao quartel-geral do exército.
Segundo os contestatários, os hospitais têm sido também atacados pelos militares sudaneses.
A nível internacional, a Arábia Saudita sublinha a importância de se retomar o diálogo no Sudão.
Por seu turno, Washington, Londres e Oslo denunciam o apelo dos militares sudaneses.
A China e a Rússia bloquearam, no Conselho de Segurança da ONU, um texto condenando os mortos civis e pedido o fim imediato das hostilidades.
Ao som das balas poucos automóveis circulam nas ruas quase desertas da capital sudanesa, onde hoje se celebra o final do Ramadão.
São, no entanto, poucos os fiéis que oram em Cartum. ANG/RFI


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