Missão analisa situação política com autoridades guineenses
Bissau, 18 jun 19 (ANG) – Uma missão da União Africana(UA) está em Bissau a analisar
com as autoridades políticas e a sociedade civil guineenses as formas de se ultrapassar o clima de tensão instalada com a não nomeação do primeiro-ministro
pelo Presidente da República, três meses após a realização de eleições legislativas.
Na
segunda-feira, a missão manteve encontros
com os parceiros internacionais, as autoridades guineenses e partidos políticos
com representação parlamentar.
Esta terça-feira vai reunir-se com o presidente do
Supremo Tribunal de Justiça, sociedade civil e com os partidos políticos sem
representação parlamentar.
A missão
acontece depois de, na semana passada, o Conselho de Paz e Segurança da União
Africana, na sequência de uma reunião em que se analisou da Guiné-Bissau, ter
manifestado "profunda preocupação"com a ausência de progressos para a
resolução do impasse político no país, incluindo a nomeação de um
primeiro-ministro e a conclusão da eleição da mesa da Assembleia Nacional
Popular.
Para a
União Africana, aquelas situações têm um impacto negativo na situação
socioeconómica do país.
As
eleições legislativas na Guiné-Bissau realizaram-se a 10 de março, mas o
Presidente, José Mário Vaz, só na sexta-feira passada começou a ouvir os
partidos para indigitar o primeiro-ministro e consequente nomeação do Governo,
tendo na segunda-feira convidado ao PAIGC para lhe indicar a sua proposta de
primeiro-ministro, que recaiu na pessoa do seu líder, Domingos Simões Pereira.
O
Presidente guineense tem justificado o atraso na indigitação do futuro chefe do
Governo com o impasse que se verifica no parlamento sobre o preenchimento do
lugar de 2º vice-presidente da ANP.
Os novos
deputados guineenses tomaram posse a 18 de abril, mas não se entenderam quanto
à eleição do segundo vice-presidente da mesa.
Depois de
Cipriano Cassamá, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC), ter sido reconduzido no cargo de presidente do parlamento, e Nuno
Nabian, da Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau
(APU-PDGB), ter sido eleito primeiro vice-presidente, a maior parte dos
deputados guineenses votou contra o nome do coordenador do Movimento para a
Alternância Democrática (Madem-G15), Braima Camará, para segundo
vice-presidente do parlamento.
O
Madem-G15 recusou avançar com outro nome para cargo e apresentou uma
providência cautelar para anular a votação, mas que foi recusada pelo Supremo
Tribunal de Justiça.
Por outro
lado, o Partido de Renovação Social (PRS) reclama para si a indicação do nome
do primeiro secretário da mesa da assembleia.
O
parlamento da Guiné-Bissau está dividido em dois grandes blocos, um, que inclui
o PAIGC (partido mais votado nas legislativas, mas sem maioria), a APU-PDGB, a
União para a Mudança e o Partido da Nova Democracia, com 54 deputados, e outro,
que juntou o Madem-G15 (segundo partido mais votado) e o PRS, com 48. ANG/Lusa
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