Deputados iniciam debate de urgência sobre estado da democracia no
país
Bissau,27
Jun 19(ANG) – Os deputados da Nação iniciaram hoje um debate de urgência sobre o
estado da democracia no país face a caducidade do mandato do Presidente da
República, requerido pelo Grupo Parlamentar do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC).
O debate
de urgência iniciou graças ao quórum de 54 deputados da maioria parlamentar
constituída pelo PAIGC, APU-PDGB, União para Mudança e Partido da Nova
Democracia tendo em conta que os deputados do Movimento para a Alternância
Democrática(Madem G-15) e do Partido da Renovação Social(PRS), abandonaram a
plenária.
O
Presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá disse que o
requerimento do debate de urgência deu entrada no seu gabinete no passado dia
25 do corrente mês e teve um despacho favorável no mesmo dia após a reunião da
Mesa e dos Grupos parlamentares da ANP.
O líder
da Bancada Parlamentar do PAIGC,Califa Seidi, ao fundamentar na plenária os
motivos que nortearam o requerimento do referido debate de urgência, afirmou
que a jovem democracia da Guiné-Bissau sofreu um profundo abalo com as recentes
investidas dos responsáveis políticos e a coberto da defesa dos seus direitos
legalmente protegidos.
Seide disse que este facto tem sido efectuado
no sentido claramente de inviabilizar o
retorno à normalidade constitucional na Guiné-Bissau.
“O PAIGC,
partido de Cabral e dos combatentes da liberdade da pátria, perante sinais
evidentes de destruição paulatina dos ideais em que se alicerça o nosso regime
democrático pelas forças antidemocráticas, que tudo fazem para desmoronar o nosso Estado
e o PAIGC em função, da sua responsabilidade perante o Povo e do compromisso
com a causa nacional decidiu requerer o presente Debate de Urgência ”,
explicou.
O líder
da Bancada Parlamentar do PAIGC informou que o debate de urgência tem como
propósito provocar uma discussão séria e
desapaixonada sobre o estado da democracia no país.
“Se não
vejamos, nos termos do artigo segundo da Constituição da República, a soberania
nacional da Guiné-Bissau reside no Povo”, explicou, acrescentando que por via disso,
o Povo expressou livremente a sua vontade através do voto popular no pretérito
dia 10 de Março do ano em curso”, disse.
Declarou
que, após o pleito eleitoral o PAIGC obteve 47 mandatos permitindo assim uma
maioria relativa dos 102 deputados.
Salientou
que como é do conhecimento público, o PAIGC com os partidos com o qual celebrou
um Acordo de Incidência Parlamentar, criaram as premissas básicas para uma governação com
inequívocas possibilidades de fazer aprovar todos os documentos essenciais de
governação na ANP.
“Com o
efeito, volvidos mais de 100 dias após a proclamação dos resultados eleitorais,
é que o Presidente da República cessante , José Mário Vaz se dignou enviar uma
nota ao PAIGC, enquanto partido vencedor das legislativas, para indicar o seu
candidato ao cargo do primeiro-Ministro”, frisou.
Califa
Seide sublinhou que, José Mário Vaz convocou consultas com os partidos
políticos com assento parlamentar, no início do corrente mês, sem mencionar
nenhum nome para o cargo de primeiro-ministro.
“Só
depois da referida auscultação é que o Presidente da República pretende buscar
um nome para o lugar de primeiro-ministro. Quer dizer que as suas consultas com
os partidos com o assento parlamentar foi apenas uma farsa para poder dizer que
cumpriu as formalidades constitucionais” disse.
Afirmou
que, normalmente nestas situações o Presidente da República devia convidar
antes o partido vencedor das eleições para avançar com um nome para depois
submetê-lo aos restantes partidos no sentido de ouvir as suas opiniões. ANG/ÂC//SG
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