quinta-feira, 6 de junho de 2019

Função Pública


Centrais sindicais declaram continuidade  de greves até que suas exigências forem atendidas

Bissau,06 Jun 19(ANG) – As duas centrais sindicais do país, a União Nacional dos Trabalhadores da Guiné(UNTG) e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau(CGSI-GB), declararam que vão  continuar com vagas de greves na função pública até que as suas reivindicações forem atendidas.

O secretário geral da UNTG, na sua intervenção perante milhares de funcionários públicos no final de uma marcha pacífica realizada hoje para exigir ao Governo o cumprimento das suas reivindicações, apelou à todos os servidores de Estado para acreditarem nas suas lutas.

Júlio Mendonça afirmou que os funcionários públicos sempre foram enganados pelos sucessivos governos que passaram no país, de que não é possível pagar um salário condigno, devido alegados  fracos recursos do país para a sua sustentabilidade.

Aquele líder sindical sublinhou que a Guiné-Bissau dispõe de recursos mais do que qualquer país da sub região, acrescentando que “já venderam os nossos recursos haliêuticos e agora estão actualmente em querelas políticas por causa do petróleo”.

“Estas divergências políticas que existem é por causa do nosso petróleo. Já têm conhecimento da sua existência e por isso estão a lutar, a todo o custo, para o poder”, afirmou Júlio Mendonça.

Disse que os funcionários públicos igualmente já estão com olhos abertos e que vão lutar para os melhores salários e condições de trabalho.

“É possível pagar o salário mínimo de 100 mil francos CFA na Função Pública. É só a questão de gerir correctamente as receitas provenientes das pescas”, afirmou, acrescentando, a título de exemplo de corrupção, que nesse sector todos os agenciadores são  funcionários do Ministério das Pescas.

Por sua vez, o Secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau(CGSI-GB), Malam Li Baldé desmentiu as informações proferidas quarta-feira por um dos conselheiros do Primeiro-ministro segundo as quais as centrais sindicais condicionaram o levantamento da greve na função pública à  aplicação do salário mínimo de 100 mil francos CFA.

“Hás dias ouvimos um dos conselheiros do Primeiro-ministro a dizer que o Governo liquidou os salários na função pública até o mês de Maio. Isso não corresponde minimamente à verdade porque existem muitos estagiários com muitos meses de salários em atraso incluindo os jornalistas dos órgãos de comunicação social públicos”, criticou Malam Li.

Disse que existem igualmente os professores de novos ingressos de 2017 à 2018 com oito meses de ordenados em atraso e outros contratados com dois meses de atrasados.

As duas centrais sindicais concluíram hoje a quarta vaga de greves na função pública em que  reivindicam, entre outras, a aplicação de 100 mil francos CFA como salário mínimo na Função Pública.

Actualmente o salário mínimo nacional é de 50.000 fcfa, e foi adoptado em Agosto do ano passado, na sequência de  reivindicações das duas centrais sindicais.

Igualmente hoje, Bissau foi palco de manifestações políticas promovidas pelos partidos Madem G-15 e o PRS, da oposição .ANG/ÂC//SG



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