sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Cooperação económica


Trocas comerciais entre China e países de língua portuguesa em rota descendente

Bissau, 06 Nov 15 (ANG) – As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa caíram 25,45 por cento até setembro, fixando-se em 76,47 mil milhões de dólares (70,25 mil milhões de euros), indicam dados oficiais.

Dados dos Serviços de Alfândega da China – publicados no portal do Fórum Macau – indicam que, nos primeiros nove meses do ano, a China comprou aos países de língua portuguesa  bens avaliados em 47,81 mil milhões de dólares (43,91 mil milhões de euros) – menos 31,06 por cento – e vendeu produtos no valor de 28,66 mil milhões de dólares (26,32 mil milhões de euros), menos 13,76 por cento.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 55,6 mil milhões de dólares (51,08 mil milhões de euros) até setembro, menos 18,51por cento face a igual período do ano passado.

As exportações da China para o Brasil atingiram 21,9 mil milhões de dólares (20,18 mil milhões de euros), traduzindo uma quebra de 14,51por cento, enquanto as importações chinesas totalizaram 33,6 mil milhões de dólares (30,9 mil milhões de euros), refletindo uma descida de 20,9 por cento em termos anuais homólogos.

Com Angola, o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia, as trocas comerciais caíram 44,9 por cento para 15,5 mil milhões de dólares (14,2 mil milhões de euros) entre janeiro e setembro.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 2,93 mil milhões de dólares (2,69 mil milhões de euros) – menos 24,34 por cento – e comprou mercadorias avaliadas em 12,6 mil milhões de dólares (11,59 mil milhões de euros), ou seja, menos 48,21 por cento comparativamente aos primeiros nove meses de 2014.

Já com Portugal, terceiro parceiro da China no universo de países de língua portuguesa, o comércio bilateral ascendeu a 3,3 mil milhões de dólares (3,10 mil milhões de euros) – menos 6,39 por cento –, numa balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 2,19 mil milhões de dólares (2,01 mil milhões de euros) – menos 5,89 por cento – e comprou produtos avaliados em 1,18 mil milhões de dólares (1,09 mil milhões de euros), menos 7,30 por cento.

O comércio sino-lusófono encontra-se em rota descendente desde o início do ano, somando quebras anuais homólogas consecutivas até setembro. 

“A conjuntura económica mundial encontra-se perante vários desafios (…). O abrandamento do comércio internacional e a redução dos preços das mercadorias refletiu-se no valor das importações e das exportações da China”, afirmou o secretário-geral do Fórum Macau, notando, porém, que em termos da quantidade do volume não houve uma diminuição, mas antes um aumento.

Chang Hexi comentou a tendência numa entrevista publicada no mais recente boletim trimestral do próprio Secretariado Permanente do Fórum Macau – datado do início de setembro.

Só nesse mês, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa cifraram-se em 8,63 mil milhões (7,9 mil milhões de euros), um decréscimo de 5,62 por cento face ao mês anterior.

Desde o início do ano – e até setembro – o valor mensal das trocas comerciais apenas superou a barreira dos 10 mil milhões de dólares uma única vez (julho).

Os dados divulgados incluem São Tomé e Príncipe, apesar de o país manter relações diplomáticas com Taiwan e não participar diretamente no Fórum Macau (Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa).

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como a sua plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne ao nível ministerial de três em três anos. 

ANG/Lusa


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