Apesar das
dificuldades os países querem percorrer o caminho da mobilidade
Bissau, 19 Jul 18 (ANG) – Os países membros da CPLP reafirmaram quarta-feira
a vontade de se avançar com a mobilidade dentro da comunidade, apesar das
dificuldades realçadas durante a XII Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo,
realizada na ilha do Sal.
Ao
intervir no enceramento do encontro, o Presidente da República de Cabo Verde e
presidente em exercício da CPLP, Jorge Carlos Fonseca disse que todos estão
cientes das dificuldades da caminhada, mas que mesmo assim querem percorrer
esse caminho com firme vontade e boa fé.
“O
caminho da mobilidade não é outra coisa que não seja a intensificação dos
nossos contactos, das nossas parcerias, das nossas trocas, da nossa cooperação
a vários níveis, político, cultural, cientifico e tecnológico, mas também
económico e empresarial”, realçou.
“Reafirmamos
aqui que não ignoramos o nosso contexto regional e os nossos compromissos, mas
eles não se opõem aos nossos propósitos de construir uma verdadeira comunidade
na qual os nossos cidadãos se revejam e nela sinta orgulho”, acrescentou.
Neste
sentido, salientou que ficou acordado que os países devem dar passos seguros e
firmes, com cautela que se impõe, mas com a determinação em vencer os
obstáculos e atingir a meta.
Outro
compromisso assumido tem a ver com a realização de investimentos mais
consistentes num programa de cultura na CPLP, e neste particular a ideia é de
criar um fluxo intenso, com impacto no reforço da cumplicidade entre os
escritores, artistas, agentes e promotores culturais, mas também com impacto
económico, abrindo caminho para um autêntico mercado da CPLP de cultura.
Jorge
Carlos Fonseca salientou que esta Cimeira, que marcou a início da presidência
cabo-verdiana, demonstrou que todos os Estados estão na CPLP com cabeça e com
coração.
“Com
cabeça porque não ignoramos que em qualquer comunidade de Estados soberanos
existem sempre interesses legítimos e que se impõem aos Estados, em nome dos
seus respectivos povos, a defesa desses mesmos interesses, mas também com
coração é uma comunidade assente na história, na convivência secular, na
cultura e na amizade”, disse.
Durante
a XII Cimeira foi aprovada a candidatura de Angola para a próxima presidência
da CPLP, eleito o novo secretário executivo, que recaiu sobre o embaixador
português, Francisco Ribeiro Teles
Foi
também aprovada a concessão da categoria de observadores associados da CPLP os
países como Chile, Sérvia, Argentina, Itália, Andorra, França e Grão-Ducado do
Luxemburgo e a organização dos Estados Ibéro-Americanos para a Educação,
Ciência e Cultura, na categoria de assessor associado da CPLP.
Pelo
número de adesões, o Presidente de Cabo Verde e presidente em exercício da
CPLP, Jorge Carlos Fonseca, constatou, na ocasião, uma “grande apetência” para
a CPLP.
A
Cimeira foi ainda palco, hoje, da assinatura de um compacto financeiro para os
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), “iniciativa singular” do
Banco Africano do Desenvolvimento (BAD), rubricado pelo presidente do banco,
sediado em Abidjan, e pela secretária executiva da CPLP.
A
Cimeira decidiu ainda expressar um voto de louvor à secretária executiva da
CPLP, Maria do Carmo Silveira, pela “dedicação e elevada competência e
determinação” com que vem servindo a Comunidade ao longo do seu mandato, mas
também pelo “empenho na efectivação da nova visão estratégica” da CPLP e na
projecção internacional da organização e o seu “papel activo” na promoção da
participação da CPLP aos seus cidadãos.
Por
fim, a Cimeira saudou a memória de Nélson Mandela, que se fosse vivo
completaria 100 anos, definido por Jorge Carlos Fonseca como “grande combatente
anti-apartheid, pela democracia e pelos ideais humanistas e da democracia”.
ANG/Inforpress
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