Maduro reconhece
culpa própria na grave crise económica
Bissau,
31 Jul 18 (ANG) – O Presidente da
Venezuela reconheceu ter responsabilidades na grave crise económica que o país
com as maiores reservas de petróleo do mundo atravessa, definindo um período de
dois anos para a situação se inverter.
“Os
modelos produtivos que temos tentado até agora falharam e a responsabilidade é
nossa, é minha (…). Temos de impulsionar o nosso poder económico”, disse
Nicolas Maduro, na segunda-feira, durante o IV Congresso do Partido Socialista
Unido da Venezuela (PSUV), durante o qual foi de novo designado presidente do
partido.
Apesar
do país ter enormes riquezas em recursos naturais, a Venezuela atravessa uma
grave crise económica que se traduz numa escassez de alimentos básicos e
medicamentos, na deterioração dos serviços públicos e numa inflação muito
elevada, que o Fundo Internacional Monetário estimou que no final do ano
chegará aos 1.000.000% em 2018.
O
governo venezuelano tem culpado o fraco desempenho económico devido a uma
guerra liderada pelos Estados Unidos, mas hoje o próprio Maduro pediu a seus
ministros para pararem de “choramingar”.
“Que
o imperialismo nos agride? Chega de choramingarmos (…) cabe-nos produzir com
agressão ou sem agressão “, afirmou Maduro.
“A
Venezuela tem tudo para ser uma potência no contexto da América Latina”,
declarou o Presidente, defendendo um aumento da extracção de petróleo no país
para seis milhões de barris por dia.
“Quebrar
a dependência do petróleo não significa que não vamos desenvolver a indústria
do petróleo ao mais alto nível”, esclareceu.
Segundo
o último relatório da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a
Venezuela extrai apenas 1,39 milhões de barris por dia.
De
forma a enfrentar a crise, o presidente venezuelano anunciou na semana passada
que vai eliminar cinco zeros ao bolívar.
O
chamado bolívar soberano, substituto do bolívar forte, foi anunciado em Março e
devia ter entrado em vigor em Junho.
De
acordo com o líder venezuelano, a nova moeda vai estar indexada ao petro, a
cripto moeda venezuelana, “para estabilizar e mudar a vida monetária do país de
maneira mais radical”.
Maduro
explicou ainda que irá remeter um decreto à Assembleia Constituinte (composta
unicamente por simpatizantes do regime) sobre ilícitos cambiais, que terá como
propósito incentivar e permitir o investimento em moeda estrangeira no país.
Como
parte das medidas para estabilizar a economia, Maduro assinou um decreto para
isentar de impostos, por um ano, as importações de algumas matérias primas,
consumíveis, materiais para a agro-indústria, peças de reposição, equipamentos
e produtos manufacturados. ANG/Inforpress/Lusa
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