Unicef e OMS alertam que 78 milhões de bebés não são
amamentados na primeira hora após parto
Bissau, 31
Jul 18 (ANG) – Cerca de 78 milhões de bebés (60 por cento do total) não são
amamentados na primeira hora de vida, aumentando o risco de morte e de doença,
alertaram hoje a Unicef e a Organização Mundial de Saúde num novo estudo.
As
organizações notam que a maior parte destes bebés nasce em países de rendimento
baixo e salientam que mesmo uma demora de algumas horas na amamentação após o
nascimento pode colocar as crianças em risco de vida.
O
contacto pele com pele na amamentação estimula a produção de leite nas mães,
incluindo o colostro, rico em nutrientes e anticorpos, chamado a “primeira
vacina” de um bebé.
As taxas
de amamentação na primeira hora após o nascimento são mais altas na África
Austral e do Sul (65 por cento) e mais baixas no leste da Ásia e Pacífico (32
por cento), refere-se no relatório.
Em países
como o Burundi, Sri Lanka e Vanuatu, 90 por cento dos bebés são amamentados na
primeira hora, enquanto no Azerbaijão, Chade e Montenegro, só dois em cada dez
são amamentados.
O
director-geral da OMS, Tedrso Adhanom Ghebreyesus, salientou que “a amamentação
é o melhor começo de vida possível” e defendeu que é preciso as famílias,
sistemas de saúde, patrões e governos apoiarem as mães para “darem aos filhos o
começo que merecem”.
No
relatório, chamado “Capturar o momento”, elencam-se razões que fazem demorar o
primeiro aleitamento, como diferenças nos cuidados às mães e recém-nascidos.
Em muitos
casos, os bebés são separados das mães imediatamente após o nascimento e não é
a presença de pessoal qualificado a assistir aos partos que afecta a frequência
da amamentação após o nascimento.
Práticas
como dar aos recém-nascidos leite preparado, mel ou água açucarada ainda
contribuem para adiar o primeiro contacto do bebé com a sua mãe.
Outro
factor é o aumento de cesarianas, que em países como Egipto mais do que
duplicaram entre 2005 e 2014, de 20 por cento para 52 por cento, enquanto a
percentagem de bebés amamentados desde logo desceu de 40 por cento para 27 por
cento.
Estudos
anteriores citados no documento agora divulgado mostra que os recém-nascidos
que foram amamentados entre as duas e as 23 horas a seguir ao parto tinham 33
por cento mais riscos de morrer do que os que foram amamentados antes.
Entre os
recém-nascidos amamentados a partir do dia seguinte ao nascimento, o risco
duplicava.
No
relatório apela-se aos governos, doadores e decisores para que adoptem medidas
legais fortes para restringir a publicidade de leite preparado para
recém-nascidos e outros substitutos do leite materno. ANG/Inforpress/Lusa
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