quarta-feira, 18 de julho de 2018

CPLP


Representante das Nações Unidas defende necessidade de a CPLP abrir delegação na Guiné-Bissau

Bissau, 17 Jul 18 (ANG) – O representante Especial das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Viegas Júnior, considerou segunda-feira na ilha do Sal, que é preciso trabalhar para que a CPLP tenha uma representação própria, um posto “mais robusto”, em Bissau.
O diplomata encontrou-se na tarde de segunda-feira, em Santa Maria, com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, à margem da XII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), na qualidade de Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas e Chefe do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau.
Viegas Júnior explicou que um “posto mais robusto” da CPLP em Bissau daria uma “projecção mais adequada” e uma “consistência maior” à Comunidade em direcção a uma política conjunta a favor da Lusofonia.
“Se houver uma representação da CPLP, uma vez que Cabo Verde está a assumir a presidência, isso acontecerá normalmente, pois, a CPLP tem uma voz e seria bom que se fizesse presente em Bissau para participar das discussões que realizamos semanalmente”, perspectivou.
Para além disso, o diplomata considerou que os países lusófonos podem, além da CPLP, individualmente, ter representações próprias em Bissau, pois só Angola e Brasil estão ali representados a esse nível, rumo ao “adensamento das relações diplomáticas” entre os países lusófonos e a Guiné-Bissau.
Ademais, avançou que, actualmente, o tema “mais importante” na Guiné-Bissau é a realização das eleições legislativas na data marcada, que é 18 de Novembro.
“As Nações Unidas gostariam de ver e vão ver as eleições realizadas nessa data, o que revigorará o país e facilitará a ajuda da comunidade internacional”, lançou José Viegas Júnior, sendo este um dos objectivos que tem enquanto representante das Nações Unidas, ou seja, “fomentar a ajuda internacional”.
Contudo, mantém firme a ideia de que as eleições na Guiné-Bissau vão se realizar na data prevista pelo “compromisso que já foi assumido, porque isso dará “credibilidade necessária” às decisões do Governo e porque é uma maneira de “provocar mais simpatia” da comunidade internacional, já que a Guiné-Bissau necessita da ajuda externa para complementar os esforços que faz localmente.
“Então, a realização das eleições é um instrumento essencial para contar com essa boa vontade da comunidade internacional, já que os europeus, e não só, me dizem que não poderá haver ajudas se não houver eleições”, ajuntou.
Por fim, e em relação a Cabo Verde, José Viegas Júnior elogio o “desenvolvimento social que o País tem tido, a ordem social, a estabilidade e o respeito pelas normas democráticas”, opinião que partilhou com Ulisses Correia e Silva, na tarde de segunda-feira.
A Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CPLP que arranca esta terça-feira está a ser precedida de vários encontros técnicos e multilaterais com temas diversos.
O Conselho de Ministros de hoje analisou os assuntos que depois serão levados à Cimeira, que tem como tema central “Cultura Pessoas e Oceanos”.
A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é integrada por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
Para além dos membros, a organização tem como observadores associados países como a Geórgia, a Hungria, o Japão, a República Checa, a República Eslovaca, a República das Maurícias, a República da Namíbia, a República do Senegal, a República da Turquia e o Uruguai. ANG/Inforpress


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