Guiné-Bissau
prepara Quadro Nacional de Serviços Climáticos
Bissau, 10 Jul 18 (ANG) – A Guiné-Bissau,
através do Instituto Nacional de Meteorologia acaba de cumprir a segunda étapa
para a criação do Quadro Nacional de Serviços Climáticos, para fazer face às
mudanças climáticas e suas consequências.
ser de extrema importância para o Instituto
Nacional de Meteorologia ter este quadro, porque vai permitir balizar o acesso
à informação dos serviços de clima, tempo e água, permitir ao serviço da
meteorologia conhecer as necessidades reais dos utilizadores dessas
informações.
“ Estamos na segunda fase que nos permitiu
estabelecer um roteiro para a criação efectiva do quadro. O passo a seguir vai
ser o recrutamento de um consultor nacional que vai contactar os sectores
prioritários, nomeadamente a agricultura e segurança alimentar, a redução dos
riscos de catástrofes naturais dos Serviços da Protecção Civil, a energia,
saúde e água – os recursos hídricos. Isso vai permitir o consultor elaborar um
Plano de Acção e um Plano Estratégico que vai ser validado no próximo ateliê,
dentro de um mês ou dois meses”.
Se forem
validados, segundo Tchedna, esses dois instrumentos passarão para uma outra fase
que será a de institucionalização do próprio quadro, através de um decreto que
será aprovado em Conselho de Ministros.
“ São estas as etapas que devem ser cumpridas
para podermos ter esse quadro que é um meio que vai facilitar os utilizadores
de informações sobre o clima, tempo e água o acesso a informações de qualidade
e serviços de qualidade. Vai permitir também conhecer quais são os problemas
reais dos utilizadores”, destacou.
De algum tempo para cá, os serviços da
Meteorologia deixaram de realizar as previsões do tempo. João Tchedna disse que
a suspensão da publicação do Boletim de Tempo não se deve a incapacidade dos
serviços da Meteorologia ou falta de recursos humanos.
“Falta dinheiro para comprar os meios de transportes,
gratificação ao pessoal para podermos pôr a máquina em marcha. Neste momento
não é o problema de falta de materiais ou de recursos humanos que faz com que
não passamos as informações sobre o tempo e clima, na rádio e televisão. É
falta de dinheiro para podermos deslocar os nossos técnicos do centro para o
aeroporto, onde temos o centro de previsão, para elaborar as previsões e depois
distribuir nos órgãos de comunicação social”, disse.
Visitas, de terreno para contacto director com
camponeses fez parte do programa, e Lona Tchedna recebeu das populações da
tabanca de Cussana críticas de que as linguagens, muitas vezes usadas nas
informações sobre as previsões do tempo não facilitam a disseminação das
mensagens.
Prometeu mudar essa situação com utilização de
linguagem simples e envolvimento de elementos das comunidades nos trabalhos de
preparação das informações sobre o clima.
“ O encontro com camponeses nos deixou algumas
informações: dificuldades de acesso às informações meteorológicas, de
interpretação dessas informações para poderem ser úteis as suas actividades. Retemos
isso e também retemos as previsões tradicionais que eles fazem. Isso vai nos
ajudar de uma maneira global a orientar as previsões para diferentes
utilizadores. Para os camponeses, temos que associá-los à elaboração das
previsões, para que possam compreender as linguagens técnicas para que essas
linguagens possam ser simples e claras.”, assegurou.
Com apoio da CEDEO, PNUD e outros parceiros, o
governo através do Instituto Nacional da Meteorologia promoveu entre os dias 3
e 5 do corrente em Uaque, arredores de Mansôa,um ateliê de consulta nacional
sobre a criação do Quadro Nacional de Serviços Climáticos da Guiné-Bissau. Evento
cuja abertura foi presidida pelo ministro dos Transportes e Comunicações,
Mamadu Djaquité.
A iniciativa que reuniu produtores e
utilizadores de informações sobre o clima, representa a segunda etapa para a
criação do quadro, recomendado pela Organização Mundial da Meteorologia (OMM),
visando facilitar o acesso, a utilização e disseminação de previsões climáticas
e meteorológicas, de uma forma a que possa ser mais benéfica para as populações
expostas à desastres naturais, ao nível das diferentes comunidades.
ANG/SG
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