“É preciso olhar mais para as pessoas e menos
para os políticos” – Marcelo Rebelo de Sousa
Bissau,
18 Jul 18 (ANG) – O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, considera
que a CPLP deu “passos importantes” na sua afirmação, tornando-se numa
organização atractiva, mas salientou que é preciso olhar mais para as pessoas e
menos para os políticos.
O
chefe de Estado português falava na sessão de abertura da XII Cimeira dos
Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP), em Santa Maria, na ilha do Sal, em Cabo Verde assumiu a presidência
rotativa da Comunidade.
“É
preciso olhar mais para as pessoas para o seu estatuto para os seus problemas
concretos, olhar mais para as sociedades civis e menos para os políticos e para
o seu mundo próprio. Olha mais para o reforço do papel da mulher nas nossas
sociedades, olhar mais para os jovens, porque quem poderá dar vida à nossa
comunidade aos nossos Estados são eles”, disse.
“É
preciso olhar mais para a educação, a qualificação, a ciência, a inovação,
olhar mais para a mobilidade pessoal social, económica, empresarial e
financeira”, acrescentou o presidente português, fazendo alusão também ao
ambiente, aos oceanos e às plataformas continentais que ligam os países
potenciando as suas posições geoestratégicas.
Na
sua perspectiva, a língua e a cultura são importantes, mas salientou que as
mesmas não podem reduzir a comunidade a uma mera expressão linguística, sendo
certo também, ajuntou, que o triunfo que não pode ser “desperdiçado ou
desconsiderado”.
Marcelo
Rebelo de Sousa terminou o seu discurso afirmando que acredita na CPLP, e
afirmou que há “valores essenciais” que esta comunidade não pode suspender.
“Tentamos
sempre ser obreiros de paz de segurança de defesa dos direitos humanos da
democracia, de entendimento de multilateralismo, nunca deixando de reforçar as
nossas posições nos nossos continentes, no núcleo duro das organizações que
pertencemos”, sustentou, augurando que a estratégia de Brasília se soma agora
ao espírito do Sal, e o vigor do mar à vontade dos países de construir uma
comunidade de povos “forte e coesa”.
Na
mesma linha de ideia, o Presidente de São Tomé e Príncipe, Evaristo de
Carvalho, salientou que é urgente que a CPLP aproxime mais dos seus cidadãos,
já que, segundo adiantou, os mesmos acalentam uma organização que não se
preocupe apenas com a concertação diplomática e entre seus membros em matéria
de relações internacionais, conforme objectivos que nortearam a sua
organização.
“Queremos
uma organização capaz de proporcionar aos seus membros a elevação dos seus
padrões de vida”, sustentou.
No
que se refere à mobilidade, adiantou que São Tomé e Príncipe alcançou dois
“grandes progressos” nomeadamente a isenção de visto por um período de
15 dias aos cidadãos dos países membros, bem como a atribuição da
nacionalidade santomense a todos os cidadãos da CPLP que se encontravam no
país a 12 de Julho de 1975, data da proclamação da independência
nacional.
A
questão da mobilidade foi assunto presente em todos os discursos de abertura da
XII Cimeira da CPLP que tem como tema central “Cultura, Pessoas e Oceanos”, e
que marca o início da presidência cabo-verdiana.
A
CPLP foi criada 1996 para a concertação político-diplomática entre os seus
Estados-membros, nomeadamente para o reforço da sua presença no cenário
internacional, tendo também como um dos seus objectivos a promoção e difusão da
língua portuguesa.
ANG/Inforpress
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