Comunicação Social/Sinjotecs considera de “infeliz” declarações do Presidente da República sobre jornalistas
Bissau 02 Mar 21 (ANG) – A
Presidente do Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social
(Sinjotecs) disse hoje que lamenta, profundamente, e que qualifica de ”infeliz” as
criticas do Presidente da República em
relação a atuação de alguns
profissionais da classe.
O Presidente da República, ao
fazer o balanço de um ano de mandato, no passado dia 26 de Fevereiro criticou
que alguns jornalistas são amadores, e andam a fazer “claques” nas rádios no
lugar de se pautarem por um profissionalismo à exigência das necessidades do
pais.
Sem citar nomes, Umaro
Sissoco Embaló questionou as competências e experiências dos jornalistas que
animaram o debate entre ele e o seu rival Domingos Simões Pereira, nas
presidenciais do ano passado.
Indira Correia Baldé que falava
hoje numa conferência de imprensa em reação as críticas do Presidente da
República, considerou que as declarações de Sissoco Embaló só visam humilhar os
jornalistas que conduziram o debate dos candidatos à segunda volta das
presidenciais de Dezembro de 2019.
Reafirmou que será intransigente
na luta do Sinjotecs em prol da promoção da liberdade de imprensa e de
expressão na Guiné-Bissau, frisando que
lamenta o facto de o Presidente da República não ser capaz de degerir satisfatóriamente,
o processo pós-eleitoral, atribuindo sempre culpa aos jornalistas moderadores
do debate da segunda volta das eleições presidenciais .
“Contudo, o Sinjotecs
reconhece que nem tudo é mar de rosa no exercício da função dos jornalistas
guineenses. Admitimos que pecamos pela vontade de fazer cada vez mais e melhor
o nosso trabalho, em defesa do interesse público e descordamos que os
jornalistas são os responsáveis de tudo isto”, disse.
Correia Baldé afirmou que, apesar
de todas as adversidades, os jornalistas sempre estiveram na linha de frente
para fazer face aos desafios nacionais, por isso, não pouparão esforços em
lavrar instrumentos jurídicos e pedagógicos para melhorar as prestações dos
profissionais de comunicação social.
Considerou que a direcção do
Sinjotecs imbuída, como sempre, do
espirito pedagógico e conciliador, exorta o Presidente da República a ter o máximo
respeito e consideração para com os jornalistas, em especial a Fátima Tchumá
Camará e que deixe em paz o João Umpa Mendes.
Disse que, o papel do chefe
de Estado é de garantir a unidade nacional e não dividir a classe jornalística
para reinar.
“Vamos alertar o Presidente
da República que a Guiné-Bissau é um país democrático, cuja liberdade de
imprensa e de expressão constituem pilares essenciais. Alertar aos
profissionais da comunicação social do país que o momento, mais do que nunca,
exige a comunhão para fazer face aos desafios que a natureza sociopolítica nos
impõe, e instar ao Chefe de Estado a
promulgação da lei da Carteira Profissional dos Jornalistas, para assim dar um
valioso contributo à organização da classe”, referiu Correia Baldé.
O Sinjotecs ainda diz ao Umaro Sissoco Embaló que o seu papel não é de
atribuir ou retirar licenças de funcionamento dos órgãos de comunicação social,
mas sim ajudar a promoção do livre exercício jornalístico no país, como rege os
princípios do Estado de Direito Democrático.
Falando do balanço do
primeiro ano de mandato do chefe de Estado, em que participaram só órgãos públicos, e um privado, ( Rádio África
FM) Indira Correia Baldé disse que essa oportunidade devia ser aberta à todos
os órgãos da comunicação social, sem exceção, e que, por assim não acontecer, si
gnignifica que “a liberdade de expressão e de imprensa
está limitada na Guiné-Bissau” .
“E é uma situação que todos
nós devemos ter em conta e lutar para que não volte a acontecer e se acontecer
saber como reagir”, afirmou.
Aquela responsável acrescentou que o sucedido é um sinal de que a liberdade
de imprensa e o livre exercício do jornalismo estão ameaçados, e diz que essa
decisão não ajuda ao Presidente da República nem à sua presidência.ANG/MSC/ÂC//SG
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