Moscovo/Rússia realiza exercício militar com disparo simulado de mísseis nucleares – governo
Bissau, 05 Mai 22 (ANG) – O Exército russo realizou um exercício militar onde simulou o disparo de mísseis com capacidade nuclear no enclave russo de Kaliningrado, entre a Polónia e a Lituânia, revelou na quarta-feira o Ministério da Defesa da Rússia.
As
manobras militares neste enclave no mar Báltico, entre a Polónia e a
Lituânia, países membros da União Europeia (UE), consistiram numa simulação de
“lançamentos eletrónicos” de sistemas de mísseis balísticos móveis Iskander,
com capacidade nuclear.
Em
comunicado, o Ministério da Defesa russo referiu que as forças russas
realizaram ataques únicos e múltiplos contra alvos que simulavam zonas
de lançamento de sistemas de mísseis, aeródromos, infraestruturas
protegidas, equipamento militar e postos de comando de um inimigo fictício.
Após
terem efetuado os disparos “eletrónicos”, os militares realizaram uma manobra
de mudança de posição, de forma a evitar “um possível ataque de retaliação”,
pode ler-se.
As
unidades de combate também praticavam “operações em condições de radiação e
contaminação química”.
O
exercício militar envolveu mais de 100 soldados, acrescentou Moscovo.
O
anúncio deste teste militar ocorreu no 70.º dia da invasão russa da Ucrânia,
que já resultou em milhares de mortos e causou a maior crise de refugiados na
Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com mais de 13 milhões de pessoas
deslocadas.
Desde
o início da “operação militar” que o Presidente russo, Vladimir Putin, tem
produzido ameaças onde sugere estar disposto a implantar armas nucleares
táticas.
A
Rússia colocou, de resto, as suas forças nucleares em alerta máximo logo após
enviar tropas para a Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Putin
alertou para uma retaliação “rápida como um relâmpago” em caso de intervenção
direta do Ocidente no conflito ucraniano.
Segundo
observadores, nos últimos dias a televisão estatal russa tentou tornar o uso de
armas nucleares mais aceitável para o público.
“Há
duas semanas que ouvimos na televisão que os silos nucleares devem ser
abertos”, sublinhou na terça-feira Dimitri Muratov, editor de um jornal
independente russo e Prémio Nobel da Paz 2021.
A
Rússia iniciou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia
– justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de
“desnazificar” e desmilitarizar o país vizinho para segurança da Rússia -,
condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o
envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem
praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
Cerca
de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, e a
guerra, que entrou hoje no 70.º dia, causou até agora a fuga de mais de 13
milhões de pessoas, mais de 5,5 milhões das quais para os países vizinhos, de
acordo com os mais recentes dados da ONU, que a classifica como a pior crise de
refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A ONU
confirmou hoje que 3.238 civis morreram e 3.397 ficaram feridos, sublinhando
que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando
houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
ANG/Inforpress/Lusa
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