quinta-feira, 5 de maio de 2022

Política/"CEDEAO foi induzida à tomar decisão de enviar forças de segurança à Guiné-Bissau", diz o presidente do PAIGC

Bissau, 05 Mai 22 (ANG) ˗ O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse que a CEDEAO foi induzida a tomar a decisão de enviar tropas à Guiné˗Bissau porque comprou a versão de que o acontecimento do passado dia 01 de Fevereiro, do ano corrente, tratava˗se, de fato, de um golpe de Estado.

Domingos Simões Pereira falava quinta-feira à imprensa após a conferência de imprensa do Espaço de Concertação dos Partidos Democrático.

"Tratando-se de um golpe de Estado eventualmente estária a envolver militares guineenses e por isso a CEDEAO venha garantir a estabilização interna e como é que isso se combina com o pronunciamento do próprio Umaro Sissoco Embaló, dizendo que isso não tinha envolvimento de nenhum militar, ou seja estamos num carocel de hipóteses, de teses, de afirmações e de contra informações que não pacificam o espírito do povo guineense”, disse.

Simões Pereira acrescentou: “sentiram na necessidade de não só pronunciamos para que os guineenses compreendam o que está em causa, mas chamar atenção de CEDEAO para necessidade de parar e repensar o seu posicionamento e em função disso corrigir seu erro que já está a cometer”.

Segundo salientou , o erro crucial que está a acontecer é já ter a presença de forças no território da Guiné-Bissau sem que tenham um mandato.

Para o presidente dos libertadores, este fato à luz do direito internacional configura uma invasão e Simões Pereira diz não querer  acreditar que a CEDEAO quer ser reconhecida como um invasor dentro da Guiné-Bissau.

Questionado se a vinda de forças tem a ver com algum interesse no país, disse que é evidente e que todos acompanharam quando o ministro senegalês afirmou que havia um acordo entre dois presidentes para exploração dos recursos minerais, nomeadamente do petróleo, afirmação que o presidente da República dissera que não corresponde à verdade.

ʺQuando o documento foi apresentado na Assembleia da República senegalesa já não havia como esconder e o presidente da República vinha a dizer que não tinha obrigação de apresentar o acordo  a Assembleia Nacional Popular, que depois reuniu-se, e de forma unânime, os deputados rejeitaram esse acordo”, explicou.

Domingos Simões Pereira disse que o povo guineense tem que considerar que a criação de um cordão de segurança no território da Guiné-Bissau pode estar relacionada   a intenção de proteger quem quer, à força, aplicar uma lei que a Assembleia Nacional Popular rejeitou.

“Todos os partidos, em conjunto, devem exigir que essa decisão da ANP seja respeitada e aplicada”, disse. ANG/MI/ÂC//SG

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