EUA-África/Joe Biden
apresenta nova estratégia para África
Bissau,15 Dez 22 (ANG) – O Presidente dos Estados Unidos da
América (EUA), Joe Biden, apresentou na quarta-feira, em Washington, a nova
estratégia do seu país para o relançamento da cooperação económica, comercial e
diplomática com África.
Ao intervir no Fórum de Negócios, que marcou o ponto alto do
segundo dia da Cimeira de Líderes EUA-África, o estadista indicou as áreas
prioritárias para os novos investimentos no continente, e destacou a
importância da parceria estratégica com os africanos.
Joe Biden falou aos seus homólogos sobre os recursos disponíveis
e necessários para apoiar projectos em África, particularmente nos sectores da
agricultura, saúde, energia e águas, das alterações climáticas, do
empreendedorismo e das telecomunicações.
Conforme o estadista, os EUA mobilizaram, de forma
colectiva, 600 biliões de dólares para investir nos próximos cinco anos,
sublinhando que, para a África Subsariana, está destinado um investimento de
100 milhões de dólares para aumentar o acesso à energia limpa.
De acordo com o Presidente norte-americano, 370 milhões de
dólares serão investidos em novos projectos, dos quais 20 milhões para
financiar a produção e
compra de fertilizantes.
Adiantou que outros 10 milhões serão disponibilizados para
apoiar pequenas e médias empresas, e melhorar o acesso à água potável.
Em relação à inovação e ao empreendedorismo em África, o
Presidente Biden disse que o seu país pretende investir pelo menos 350 milhões
de dólares, para assegurar o processo de transformação digital.
Anunciou, por outro lado, que o Sisco Systems e a Saubastian,
uma pequena empresa da diáspora, reservaram 800 milhões de dólares para novos
contratos com países africanos.
Segundo o anfitrião da Cimeira de Líderes EUA-África, a
multinacional Visa dispõe de um bilião de dólares para expandir as suas
operações em África, inclusive mais serviços de telemóveis para empresas
pequenas e de médio porte, nos próximos cinco anos.
Já a GE Extended Bank fornecerá 80 milhões de dólares para
melhorar os serviços de saúde e o acesso a equipamentos clínicos de
primeira linha.
Em termos concretos, o Presidente norte-americano afirmou que o
seu país estima investir 15 mil milhões de dólares em novos negócios, para
melhorar a vida dos africanos, investimentos de longo prazo, que, do seu ponto
de vista, trarão benefícios às populações locais.
Entretanto, o segundo dia da Cimeira de Líderes EUA-África
ficou, igualmente, marcado pela assinatura de um acordo regional entre o Benin
e o Níger, "apadrinhado" por empresas dos EUA.
Trata-se do primeiro programa regional da Millennium Challenge
Corporation (MCC), virado para o sector dos transportes, com um investimento
global de 504 milhões de dólares.
O Pacto de Transporte Regional Benin-Niger foi concebido para
reduzir os custos de transporte ao longo do corredor entre o Porto de Cotonou,
no Benin, e a capital do Níger, Niamey.
Para tal, a MCC investirá 202 milhões no Benin e 302 milhões no
Níger, sendo que cada um desses investimentos será apoiado por contribuições de
15 milhões dos governos de Benin e Níger.
Estima-se que o investimento beneficie quase 1,2 milhão de
pessoas.
A iniciativa integra dois projetos principais: o
de Infraestrutura do Corredor e o Projecto de Operações
Eficientes do Corredor.
O Projecto de Infraestrutura visa reduzir os custos
operacionais dos veículos e aumentar a velocidade de deslocamento, melhorando
210 quilômetros de estradas, levando a um trânsito mais rápido e eficiente de
mercadorias entre os mercados e ao longo do corredor.
Isso inclui a reabilitação e actualização de aproximadamente 83
quilômetros de estradas entre as cidades de Bohicon e Dassa, no Benin, e a
reabilitação e actualização de aproximadamente 127 quilômetros de estradas
entre as cidades de Niamey e Dosso, no Níger.
O projecto também inclui a implementação de políticas e reformas
institucionais necessárias para ajudar cada um dos governos a realizar melhor a
manutenção periódica das estradas
Já o Projecto de Operações do Corredor Eficiente visa
reduzir os custos de transporte ao longo do corredor de transporte de Niamey a
Cotonou, implementando reformas destinadas a impactar e melhorar a eficiência
das operações do sector de frete de caminhões.
Isso implica abordar o gerenciamento de carga por eixo, revisão
regulatória e capacitação, regulamentação de veículos de carga e a organização
e estabelecimento de uma autoridade de corredor.
O acordo foi assinado na presença do Presidente do Benin e do
Níger, Patrice Talon e Mohamed Bazoum, respectivamente, da diretora
executiva da MCC, Alice Albright, assim como do Secretário de Estado dos
Estados Unidos da América, Antony Blinken.
De acordo com Blinken, o pacto assinala um significativo avanço
do comércio bilateral entre os Estados Unidos e a África Ocidental.
"Estamos entusiasmados em lançar essas novas parcerias com
vocês hoje", disse, sublinhando que "os corredores que permitem
mover os produtos entre o Níger e o Benin formam uma base crítica para os
negócios e também para os meios de subsistência''.
Conforme o governante, os projectos apresentarão as marcas das
parcerias americanas, serão transparentes, de alta qualidade, e prestarão
contas às pessoas a quem pretendem servir.
Quando forem concluídos, esses projetos tornarão mais rápido e
seguro o transporte de mercadorias ao longo das estradas e através das
fronteiras, conectando o Benin e Níger a mercados maiores e de maiores
oportunidades, visando mobilizar este tipo de investimentos.
A passagem da fronteira Benin-Níger é, segundo dados
disponíveis, uma das mais movimentadas entre países costeiros e sem
litoral na região, com uma média de aproximadamente mil veículos por dia.
De acordo com a responsável da MCC, Albrigt, "conectar
mercados regionais africanos vibrantes é uma peça fundamental de uma estratégia
mais ampla e inclusiva para criar crescimento econômico sustentável".
"Os países podem crescer mais rapidamente, criar mais
empregos e atrair investimentos adicionais do sector privado quando fazem parte
de mercados regionais dinâmicos. Em nenhum lugar isso é mais aplicável do que
na África Ocidental", comentou.
Junto com os investimentos bilaterais e regionais da MCC, Benin
e Níger também participarão da Área de Livre Comércio Continental Africana
(AfCFTA), fundada em 2018.
Trata-se da maior área de livre comércio do mundo, com um
mercado de mais de 1,3 bilhão de pessoas, embora consideradas comunidades
econômicas regionais menores, que podem impactar o crescimento económico de
cada país e influenciar a eficácia da AfCFTA.
A esse respeito, o Presidente do Benin, Patrice Talon,
afirmou no Fórum Empresarial, que "este
pacto é uma grande inovação na corporação internacional e na cooperação entre
os Estados Unidos, Benin e o Níger, sublinhando que representa uma grande
contribuição na estratégia de atracção de novos investidores e clientes.
"Ajudará a aproximar os dois países vizinhos, para tornar o
espaço mais atraente para os investidores empresariais", comentou.
Por sua vez, o Presidente do Níger, Mohamed
Bazoum, disse que "O Benim é um parceiro estratégico para o
desenvolvimento do Níger, porque o porto de Cotonou é o porto mais próximo de
Niamey, tendo saudado os parceiros dos EUA, por entenderam isso e garantirem
que tivessem infraestrutura de qualidade entre dois países.
A Cimeira de Líderes EUA-África encerra-se esta quinta-feira.ANG/Angop
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