EUA/UA Desenvolve plano estratégico para construção de sistemas alimentares resilientes
Bissau, 15 Dez 22 (ANG) - A comissão da União Africana (UA)
desenvolveu um plano estratégico com vista a responder às necessidades
alimentares actuais e mobilizar
investimentos para a construção de sistemas
alimentares resilientes em África, disse, em Washington D.C, a comissária da UA
Josefa Correia Sacko.
A diplomada, que prestou a informação no centro de convenções da
capital americana, no âmbito da Cimeira entre Estados Unidos e líderes
africanos, garantiu que a estratégia contempla a Aliança Global para a
Segurança Alimentar, liderada pela Alemanha, e a Missão de Resiliência
Alimentar e Agrícola, apoiada pela França.
Afirmou que no âmbito de intervenções imediatas, a comissão
trabalhou com o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) na criação de um plano
de produção de emergência alimentar no valor de 1,5 mil milhões de dólares para
apoiar os Estados Membros da UA a aumentar a produção de trigo, arroz, milho e
soja durante as próximas quatro estações de plantio.
A fim de reforçar a estratégia de acção de médio e curto prazos
e com intuito de resistir aos choques, o orgão executivo identificou cinco
prioridades-chave, nomeadamente aumentar a produção alimentar para que a África
possa alcançar a soberania alimentar e reduzir as perdas pós-colheita estimadas
entre 20 e 30 por cento para algumas mercadorias.
Outro aspecto que deve reforçar a resiliência alimentar tem com
investimento na agricultura inteligente em termos climáticos para produzir
tecnologias para os agricultores, bem como promover o comércio intra-africano
de bens e serviços agrícolas, facilitando a circulação de alimentos de uma
parte excedentária para uma parte deficitária do continente.
Consta também do plano o reforço da responsabilidade mútua
através do mecanismo de revisão bienal do programa compreensivo de
desenvolvimento da agricultura (CAADP), para melhorar a qualidade do
planeamento e reforçar o diálogo político.
“A nossa abordagem para que isto aconteça é através do apoio aos
Estados Membros da UA e às comunidades económicas regionais na concepção de
planos de investimento agrícola nacionais e regionais que incorporem as
prioridades do plano de negócios da UA e do CAADP Malabo: 2022-2025 e a posição
comum sobre sistemas alimentares da cimeira da ONU”, defendeu a comissária.
De acordo com a embaixadora, na área de fertilizantes e saúde do
solo, está previsto em Junho de 2023, no Senegal, a Cimeira Africana, com o
objectivo de mobilizar os líderes africanos para fornecer apoio político e
recursos financeiros necessários para enfrentar as baixas taxas de aplicação de
fertilizantes e a degradação dos solos em África.
O plano de 10 anos vai consumir 2,8 mil milhões de dólares e
conta com o apoio do Centro Internacional de Desenvolvimento de Fertilizantes
(IFDC), da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
(FAO), da Rede Africana de Institutos de Investigação em Política Agrícola
(ANAPRI) e da Aliança para uma Revolução Verde em África (AGRA). ANG/Angop
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