Saúde/”Resistência de bactérias entre as dez principais ameaças à saúde global”, alerta OMS
Bissau, 09 Dez (ANG) – A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que a resistência bacteriana a
antibióticos está entre as dez principais ameaças à saúde pública global,
salientando a “grande preocupação” das infeções sanguíneas em contextos
hospitalares.
“A resistência
antimicrobiana representa uma ameaça global significativa de proporções
económicas e de saúde pública de grandes proporções”, salienta o quinto
relatório do sistema de vigilância da OMS hoje divulgado.
O documento salienta que a
medicina moderna depende de medicamentos antimicrobianos eficazes, mas foram
registadas altas taxas de infeções resistentes em toda uma ampla gama de
microrganismos nas várias regiões da OMS.
“Os níveis muito elevados em
2020 de resistência antimicrobiana em agentes patogénicos que causam infeções
na corrente sanguínea, independentemente da cobertura dos testes, são uma
grande preocupação”, alertou ainda a organização.
Além disso, segundo o
relatório, os níveis muito elevados de resistência a diversas bactérias que
causam infeções sanguíneas implicam que se “fortaleça as medidas de prevenção e
controlo de infeções em contextos hospitalares a nível global”.
A OMS salienta também que os
resultados deste relatório demonstram a necessidade contínua de construir
sistemas de vigilância robustos, capazes de produzir dados que possam ser
utilizados para informar e avaliar as ações de saúde pública.
O documenta sublinha que a
pandemia da covid-19 pode ter tido impacto na capacidade de reporte de vários
países e territórios, com a OMS a recomendar um reforço da vigilância,
particularmente em países de baixo e médio rendimento.
“A baixa proporção de países
e territórios que executam garantias externas de qualidade em todos os
laboratórios clínicos que servem sistemas nacionais de vigilância exige um
esforço global urgente para apoiar o desenvolvimento de redes clínicas
nacionais de bacteriologia, particularmente nos países de baixo e médio
rendimento, e uma rede global de laboratórios de microbiologia para apoiar o
diagnóstico em todas as regiões”, adianta o relatório.
Segundo dados recentemente
divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), Portugal registou uma redução em
2020 do consumo de antibióticos em ambulatório.
A utilização de quinolonas, um dos antibióticos mais associados à emergência de resistências, caiu 69% entre 2014 e 2020, igualando a média europeia, de acordo com a DGS.ANG/Inforpress/Lusa
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