Mali/Autoridades ignoraram recomendação da CEDEAO sobre militares marfinenses
Bissau, 03 Jan
23 (ANG) - O Mali deixou passar o prazo da CEDEAO, 1 de Janeiro, para libertar
os 46 militares marfinenses que foram condenados, em Bamaco, a 20 anos de
prisão.
O grupo está
detido no Mali há seis meses e foi considerado culpado de “atentado e
conspiração contra o governo”, entre outras acusações.
Os 46 soldados marfinenses estavam detidos
há seis meses no Mali e a junta militar no poder tinha até 1 de Janeiro para os
libertar, segundo uma recomendação da Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO). No entanto, dois dias antes do final do ultimato, um
tribunal condenou os 46 militares a 20 anos de prisão por “atentado e
conspiração contra o governo”, "atentado à segurança externa do
Estado", "posse, porte e transporte de armas e munições de guerra para
perturbar a ordem pública”.
Três mulheres militares - que também
tinham sido detidas em Julho, mas que foram libertadas dois meses depois -
acabaram por ser condenadas, à revelia, à pena de morte, com as mesmas
acusações que o resto do grupo.
O caso tem sido um braço de ferro entre a
junta militar maliana, a CEDEAO e a Missão das Nações Unidas no Mali
(Minusma). A Costa do Marfim alega que os soldados estavam em missão para a ONU
no âmbito das operações de apoio logístico à Minusma e, por isso, exigia que
fossem libertados, algo que a CEDEAO apoiou.
A 22 de Dezembro, uma delegação marfinense
esteve em Bamako e foi assinado um acordo que poderá levar a uma graça
presidencial do chefe da junta, Assimi Goïta. Na altura, o ministro marfinense
da Defesa disse que o caso estava “em vias de resolução” mas, menos de
oito dias depois, os soldados foram condenados.
Ainda assim, este sábado, o
Presidente marfinense, Alassane Ouattara, disse que os militares
“voltarão, em breve” para a Costa do Marfim. Agora, as atenções voltam-se para
o chefe da junta maliana e para a reacção da CEDEAO cujo ultimato para a
libertação dos soldados foi ignorado. ANG/RFI
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