Namíbia/Líderes africanos alertam para a ameaça da resistência antimicrobiana no continente
Bissau, 26 Out 23(ANG) – O continente africano é o mais afetado por doenças infecciosas e a resistência antimicrobiana é uma ameaça que pode prejudicar drasticamente a eficácia do tratamento, alertou hoje o diretor do Ministério da Saúde e dos Serviços Sociais da Namíbia.
Ben Nangombe falava
durante uma formação sobre resistência antimicrobiana (RAM) global, o Sistema
de Vigilância GLASS e a ferramenta WHONET, promovida pelo gabinete regional
para África da Organização Mundial da Saúde (OMS), que contou com
representantes de 12 estados-membros: Angola, Benim, Burundi, Cabo Verde,
Chade, Eswatini, Gabão, Gâmbia, Libéria, Namíbia, Senegal e Serra Leoa.
Esta formação teve como
objetivo reforçar a capacidade dos Estados-membros para estabelecer ou melhorar
os sistemas nacionais de vigilância da RAM e “gerar, recolher, comunicar e utilizar
dados de qualidade para informar as decisões a nível nacional, regional e
global”.
Na abertura desta ação
de formação, o responsável da OMS na Namíbia, Mary Brantuo, recordou que, em
2015, a Assembleia Mundial da Saúde adotou um Plano de Ação Global sobre a RAM
e, mais tarde, no mesmo ano, lançou o GLASS (Sistema de vigilância global da
resistência antimicrobiana e da sua utilização) para normalizar a vigilância da
RAM.
A resistência
antimicrobiana ameaça a prevenção e o tratamento eficazes de uma gama cada vez
maior de infeções causadas por bactérias, parasitas, vírus e fungos, uma ameaça
que está a tornar-se cada vez mais um problema de saúde pública mundial,
classificada entre as 10 principais ameaças globais à saúde pública.
Em 2019, um total de 4,95
milhões de mortes foram associadas a infeções bacterianas resistentes a
medicamentos, tendo o fardo mais significativo ocorrido na região da África
Subsariana, onde 1,07 milhões de pessoas morreram devido à resistência
bacteriana.
Por seu lado, o diretor
executivo do Ministério da Saúde e dos Serviços Sociais da Namíbia, Ben
Nangombe, que esta reunião representa “mais do que um encontro de mentes e
conhecimentos especializados, mas é um testemunho do empenho inabalável das
nossas nações em enfrentar um dos mais prementes desafios de saúde globais: o
aumento da resistência antimicrobiana (RAM)”.
“Numa época em que as
fronteiras se esbatem, as doenças não conhecem fronteiras e os agentes
patogénicos evoluem a um ritmo alarmante, a colaboração e a partilha de
conhecimentos são as nossas armas mais potentes”, prosseguiu.
E adiantou: “A África
continua a ser o continente mais afetado por doenças infecciosas e a
resistência antimicrobiana pode prejudicar drasticamente a eficácia do
tratamento e aumentar consideravelmente o peso da doença e as suas
complicações”. ANG/Inforpress/Lusa
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