Cabo Verde/Presidente da UIJLP aponta a morosidade processual como as principais preocupações dos cidadãos no universo da lusofonia
Bissau,26 Out 23 (ANG) – O presidente da União Internacional dos Juízes de Língua Portuguesa (UIJLP) apontou quarta-feira a morosidade processual como as principais preocupações dos cidadãos no universo da lusofonia, considerando “relevante” trabalhar na identificação das causas dessa demora.
Carlos Mondlane
manifestou esta preocupação, à saída de uma audiência com o Presidente da
República, José Maria Neves, no quadro da deslocação da delegação à cidade
da Praia para participar na Assembleia-Geral Ordinária da UIJLP.
“Em função de cada um
dos países da CPLP há particularidades, mas há algumas questões que são comuns
no universo da lusofonia, como a morosidade processual, em que muitas vezes, os
nossos cidadãos no espaço da lusofonia queixam-se na demora dos tribunais e é
relevante nós identificarmos as causas desta mesma morosidade. E o
Presidente da República de Cabo Verde, nos deixou este assunto, com trabalho
investigativo”, afirmou.
Segundo o responsável da
UIJLP, José Maria Neves mostrou-se que é “muito relevante” que esta União
continue a lutar para a consolidação do Estado do Direito na Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), por terem a independência do poder
judicial, e, igualmente, combater a morosidade processual, dando assim uma
prestação de serviço que recupere a confiança do sistema judicial, que muitas
vezes é vista de forma beliscada nos países da Comunidade.
Carlos Mondlane referiu
também que a “grande valia” deste encontro é saber que o chefe do Estado
cabo-verdiano é uma pessoa que respeita constituição do ponto vista material, e
não só na perspectiva meramente formal, sublinhando que o mesmo considera
“muito expressiva” a atuação das associações dos juízes no espaço da lusofonia,
precisamente para garantir aquilo que é ápice dos direitos, liberdades e garantias
fundamentais.
Acrescentou ainda, por
outro lado, que neste encontro abordaram a necessidade de dar reforço à ideia
de autogestão dos tribunais, dos juízes, perante o poder político.
A Assembleia-Geral da
UIJLP vai decorrer numa altura em que se realiza o Congresso Nacional dos
Juízes Cabo-verdianos, onde será também uma oportunidade para as partes
debaterem os desafios comuns no sector da justiça nos Países de Língua Oficial
Portuguesa.
A UIJLP é a entidade que
congrega as associações nacionais dos Juízes de Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste de cariz
nacional. ANG/Inforpress
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