Cultura/ʺQuem escreve um
livro está a fixar um acontecimentoʺ diz Domingos Simões Pereira
Bissau, 24 Out 23 (ANG) – O autor de livro ʺKUMUS” disse que quem escreve um livro está a fixar um acontecimento, registar algo que o marcou ou a partilhar algum pensamento.
Domingos Simões
Pereira falava à imprensa após o lançamento do seu livro ʺKUMUS” em Farim, e
diz que neste caso ele fixa nas
pessoas com as quais se cruzou na sua
trajetória de crescimento, pessoas com quem aprendeu e que marcaram a sua
infância e todo o seu crescimento.
Disse que, apesar de
ter passado por vários espaços e cruzar com várias gentes escolheu KUMUS, que
significa Farim, no dialeto da etnia
Mandinga da Guiné-Bissau, não só por ser cidade onde nasceu, mas sobretudo por ser
a cidade que lhe marcou mais.
Para Simões Pereira o
estatuto ou a origem na é relevante.
ʺEu nasci em Farim, mas
a minha mãe veio duma povoação que se chama Farandinto e ao lado dessa povoação
há uma outra povoação que se chama Bribam.
Através deste conto, dessa história,quero simbolizar que, apesar de hoje professar
a religião católica, é ato do caso. Se
eu tivesse nascido dois quilómetros à nordeste eu seria muçulmano.Portanto,
porquê que nós assentuamos tanto essa diferença que vêm do acaso ʺ, disse Domingos
Simões Perreira.
O autor sublinhou que
em Farim conheceu muita gente enquanto
criança olhava as pessoas como pobres, coitados como dizem, alguns até
como dementes mentais, mais que atingiu um determinado grau de maturidade que o
fez ver as coisas de forma diferente e sentir a necessidade de homenagear essas
pessoas.
ʺEssa gente me
ensinaram muito, ensinaram-me a humildade, a partilhar, a convivência, tudo que
nós hoje sentimos que está em falta na sociedade, eu estou convicto de que essas
pessoas me ensinaram naquela altura”, destacou
Simões Pereira que procedeu ao lançamento do seu romance sobre Farim no
dia em que celebrou os 60 anos de idade(20 de Outubro). ANG/Voz do Povo
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