Washington/EUA impõem sanções a Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial
Bissau, 26 Out 23 (ANG) - Os Estados Unidos anunciaram quarta-feira sanções a vários territórios, entre os quais Guiné-Bissau, Macau e Guiné Equatorial, por falhas na luta contra o tráfico humano.
As sanções por
incumprimento com os padrões da Lei de Protecção às Vítimas do Tráfico Humano
entram em vigor no próximo ano, de acordo com um decreto assinado pelo
Presidente norte-americano, Joe Biden, datado de 29 de Setembro.
As sanções dos Estados
Unidos a estes três territórios aplicam-se à "ajuda não humanitária e não
relacionada com o comércio", sendo que no caso de Macau as autoridades
norte-americanas também não permitem financiamento para a participação em
programas de intercâmbio educativo e cultural, a não ser que promova a luta
contra o tráfico de pessoas ou seja do interesse nacional norte-americano.
Em todos os casos,
determina-se que as sanções vão vigorar até que esses governos cumpram as
normas mínimas (...) ou envidem esforços significativos", pode ler-se no
decreto que inclui Guiné-Bissau e Guiné Equatorial, países-membros da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, e Macau, antigo território
administrado por Portugal.
No caso de Macau, Joe
Biden deu ainda instruções aos responsáveis norte-americanos nos bancos de
desenvolvimento e no Fundo Monetário Internacional (FMI) a "votar contra e
a envidar todos os esforços para recusar qualquer empréstimo ou outra
utilização dos fundos da respectiva instituição".
A determinação, contudo,
elenca excepções.
Por um lado, quando
estiver em causa ajuda humanitária ou relacionada com o comércio, bem como à
assistência ao desenvolvimento que responda directamente às necessidades
humanas básicas, desde que não seja administrada ou beneficie o governo de
Macau.
Por outro, quando essa
ajuda possuir, também aqui, potencial para promover a luta contra o tráfico
humano ou for do interesse nacional dos Estados Unidos.
Há igualmente ressalvas
quanto às sanções aplicadas à Guiné-Bissau e à Guiné Equatorial, desde que
beneficiem o combate ao tráfico de pessoas ou o interesse nacional dos EUA,
determinando-se excepções em programas que vão desde treino e formação militar,
operações de manutenção de paz, de ajuda ao desenvolvimento e ligados à
promoção de saúde.
Guiné-Bissau, Macau e
Guiné Equatorial encontram-se na 'lista negra' dos EUA de países com medidas
insuficientes para travar o tráfico de pessoas, situando-se no nível três, numa
avaliação em que o nível quatro é o mais baixo.
Os EUA calculam que
cerca de 27 milhões de pessoas no mundo são vítimas de tráfico humano e
trabalhos forçados, um fenómeno que atinge sobretudo mulheres, pessoas da
comunidade LGBT (sigla para lésbicas, Homossexuais, bissexuais e transgénero) e
minorias étnicas e religiosas. ANG/Angop
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