Violação dos direitos humanos/Presidente da República denuncia "falta de respeito" dos Estados Unidos
Bissau,30
Out 23(ANG) – A Guiné-Bissau "não
é um país traficante", afirmou o Presidente da República Umaro Sissoco
Embaló a partir de Lisboa onde se encontrava em uma visita de Estado.
O presidente americano, Joe Biden, anunciou
que iria reduzir ajudas e restringir as relações comérciais com a Guiné-Bissau.
Isto para sancionar o Estado por ficar inactivo nessa área. O presidente
guineense exigiu "respeito mútuo".
Umaro Sissoco Embaló, em
declarações à agência Lusa, promete para breve uma reacção a nível
do Ministério dos negócios estrangeiros sobre o caso e descarta que o seu país
seja um Estado falhado.
Na
Guiné-Bissau nós não somos traficantes. E nunca a Guiné-Bissau alinhou no
tráfico humano. Eu já dei orientações ao ministro dos Negócios Estrangeiros.
Haverá alguma reação do Estado da Guiné-Bissau.
No
entanto, a Liga dos direitos humanos, num registo da agência Lusa, alega
perceber a análise americana sobre o tráfico humano no país. A Liga denuncia há
muito casos de crianças levadas para fora do país que acabam na mendicidade. Ou
de jovens raparigas aliciadas para redes de prostituição em várias partes do
mundo.
Segundo Bubacar Turé, presidente
em exercício daquele organismo, nunca houve condenações de suspeitos ou até de
pessoas apanhadas em flagrante delito.
O dirigente da Liga salienta que
existe uma lei para proteger os cidadãos deste tipo de tráfico, mas os recursos
que deviam ter sido mobilizados para o efeito nunca chegaram a ser
implementados.
Esta
medida do governo dos Estados Unidos não nos surpreende porque é uma medida
que, no fundo, vem provar que a Guiné-Bissau está em falta no que concerna aos
seus compromissos internacionais face à promoção e à protecção dos direitos
humanos. Neste caso, em concreto, o combate ao tráfico de seres humanos.
As
sanções dos Estados Unidos decorrerão a partir deste Verão do hemisfério Norte.
Dizem respeito a vários programas de ajuda, desde formação militar até promoção
da saúde.
Na
lista negra norte-americana dos países com medidas insuficientes para travar o
tráfico de pessoas, a Guiné-Bissau faz parte dos Estados situados no nivel
três; sendo o nivel quatro o mais baixo, ou mais problemático.ANG/RFI
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