Administração Territorial/Guiné-Bissau prepara-se para discutir
marcos fronteiriços com Senegal e Guiné-Conacri
Bissau, 03 Nov 23 (ANG) – O
Governo guineense instituiu uma comissão para discutir com o Senegal e a
Guiné-Conacri os marcos fronteiriços, marítimo e terrestre, que se acredita
terem sido movimentados, disse hoje à Lusa a secretária executiva da comissão
Balbina Gomes.
Uma equipa da comissão das
fronteiras, liderada por Balbina Gomes, do ministério guineense da
Administração Territorial, deve deslocar-se a Dacar no próximo dia 21 de
novembro para a instalação de uma comissão mista entre técnicos de Bissau e do
Senegal.
A comissão irá trabalhar,
tendo como prazo máximo 2025, para delimitar, pela primeira vez, a fronteira
marítima entre a Guiné-Bissau e o Senegal, e reconfirmar se as placas deixadas
pelo colonialismo ainda lá se encontram para marcar a fronteira terrestre.
O mesmo exercício deverá ser
feito entre a Guiné-Bissau e a Guiné-Conacri, precisou Balbina Gomes.
“Com o Senegal fala-se na
existência de 84 pilares na fronteira terrestre”, indicou a secretária
executiva da comissão da fronteira, notando, contudo, estar na posse de
informações segundo as quais algumas das placas “foram movimentadas, outras
retiradas” e no seu lugar construídas casas.
Balbina Gomes indicou que as
mesmas informações, por confirmar, apontam que entre a Guiné-Bissau e a
Guiné-Conacri existiriam cerca de 47 placas a assinalar a fronteira terrestre.
A responsável guineense
precisou que a equipa que lidera vai ao Senegal instalar a comissão mista,
depois irá realizar, em data e lugar a combinar, uma deslocação à zona da
fronteira comum, norte da Guiné-Bissau e o sul do Senegal, desta feita cada
parte levará mapas e documentos comprovativos de pertence do terreno.
“Nessa missão vamos já com
técnicos, munidos de GPS, para ver e confirmar se as placas ainda se mantêm nos
mesmos lugares ou se foram movimentadas”, afirmou Balbina Gomes que espera que
tudo decorra com naturalidade por ser, disse, um assunto que, caso for mal
resolvido, poderá ser fonte de futuros conflitos.
Gomes sublinhou que foi a
própria União Africana que recomendou aos países da África Ocidental a
clarificação das suas fronteiras criadas ainda durante a época do colonialismo.ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário