Etiópia/União
Africana pede moderação no acordo Etiópia-Somalilândia
Bissau,
18 Jan 24 (ANG) - O órgão de resolução de conflitos da União Africana (UA)
reuniu-se , quarta-feira, em plena
escalada de tensões entre a Etiópia e a Somália sobre um acordo costeiro.
A UA
apela à “contenção” entre as partes. O bloco
regional da África Oriental, IGAD, vai estar reunido esta quinta-feira, 18
de Janeiro, no Uganda para discutir as tensões entre a Etiópia e a Somália.
O governo da Somália
excluiu qualquer mediação com a Etiópia, Addis Ababa anulou um acordo concluído
com a região separatista da Somalilândia, que Mogadíscio julgou "ilegal".
A Etiópia, sem acesso ao
Mar Vermelho, assinou um acordo marítimo com a região separatista da Somália, a
Somalilândia, no dia 1 de Janeiro. A medida foi rejeitada por Mogadíscio que
evoca uma violação do direito internacional. O Conselho de Paz e Segurança
da União Africana ouviu os representantes da Etiópia e da Somália, em
Adis Abeba, e instou a prosseguirem um “diálogo
significativo”.
Num comunicado, o
Conselho de Paz e Segurança da União Africana expressou "uma profunda preocupação com a
tensão em curso e com o seu potencial impacto adverso na paz, segurança e
estabilidade da região".
O Conselho pediu à
Etiópia e à Somália "para
exercerem contenção, acalmarem a escalada de violência e privilegiarem um
diálogo para encontrar uma resolução pacífica".
No quadro de um
memorando de entendimento, a Somalilândia concordou em arrendar 20 quilómetros
da costa durante 50 anos à Etiópia, mostrando vontade de criar uma base naval e
um porto comercial.
A Somalilândia é um
antigo protectorado britânico voltado para o Golfo de Aden que declarou
independência à Somália em 1991, sem nunca ser reconhecido pela comunidade
internacional.
A Somália prometeu
defender o seu território por "todos
os meios legais" depois do acordo marítimo entre
a Etiópia e a Somalilândia, apelando às Nações Unidas e à
União Africana para reuniões urgentes.
O Conselho de Segurança
da UA “reafirmou
inequivocamente o seu forte compromisso” com a preservação da
integridade territorial de todos os Estados-membros.
Os atores
internacionais; Estados Unidos, União Europeia, China e a Liga Árabe apelaram
ao respeito da soberania da Somália. O bloco regional da África Oriental,
IGAD, vai estar reunido esta quinta-feira, 18 de Janeiro, no Uganda para
discutir as tensões entre a Etiópia e a Somália.
A Somalilândia conta com
uma população de cerca de 4,5 milhões de pessoas, procura a criação de um
Estado formal há mais de três décadas, mas continua a não ser reconhecida a
nível mundial.
A Etiópia, o segundo
país mais populoso de África e uma das maiores nações sem litoral do mundo,
ficou isolada da costa depois da Eritreia ter declarado independência em 1993,
depois de três décadas de guerra. Adis Abeba manteve o acesso ao porto na
Eritreia até os dois países entrarem em guerra em 1998. Desde então, a Etiópia
tem enviado a maior parte do seu comércio através do Jibuti.ANG/RFI
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