terça-feira, 16 de julho de 2024

Caso  seis bilhõesfcfa/Advogado dos presos diz que justiça da Guiné-Bissau  obedece comando do Presidente da República

Bissau, 16 Jul 24 (ANG) - O advogado dos exgovernantes que haviam sido detidos,preventivamente, no âmbito do chamado caso  seis bilhões de Francos CFA disse , segunda-feira que, a justiça da Guiné-Bissau não é independente e que obdece simplesmente  o comando do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló.

Luíz Vaz Martins que falava sobre uma das medidas de caução imposta aos seus constituintes, que é apresentação periódica dos detidos,  sustentou que o Presidente da República, numa das suas declarações disse, claramente, que, se ele não quisesse que  os presos fossem libertados, não seriam postos em liberdade. “Isso demonstra o quanto ele é manipulador da Justiça guineense”, diz Vaz Martins.

 “Os nossos constituintes estiveram aqui no Tribunal de Relação no âmbito de uma das medidas de caução que é a apresentação periódica. Mas, o Tribunal os convidou os a se retirarem porque ainda não preparou os termos dessa apresentação. Assim sendo, só vão comparecer  no dia 19 de Julho em curso para o mesmo efeito”, explicou aquele advogado.

O advogado salientou que os dois se apresentaram no Tribunal e foram para casa com a solicitação do próprio Tribunal. Tendo afirmado que  não pensam em fugir, porque, diz, “não são marginais”.

“Um dos motivos mais caricatos neste processo é que ainda os passaportes dos nossos clientes continuam nas suas mãos. Isso é anormal,  o Ministério Público devia retirar esses documentos, de imediato”, disse o advogado.

Questionado sobre a veracidade da suspensão do juíz que autorizou a soltura dos mesmos presos, Luís Vaz Martins confirmou a suspensão e critica que na  realidade não existe liberdade no desempenho das funções do pessoal da Justiça na Guiné-Bissau.

Sobre o segundo Despacho que alegadamente terá revogado o primeiro que autorizou a soltura dos presos, respondeu que o juíz que autorizou a soltura já foi suspenso e que uma vez suspenso nada pode revogar.

Martins acrescentou que não foram notificado sobre nenhum outro despacho  e que apenas têm o conhecimento do primeiro que ordenou a soltura.

“Vamos fazer o nosso trabalho de manter essas pessoas em liberdade, mas como já tenho dito  o Presidente da República é quem manipula a Justiça, por isso veremos no que vai dar os nossos esforços”, disse Luíz Vaz Martins.

Suleimane Seidi e António Monteiro, antigos ministro das Finanças e Secretário de Estado do Tesouro teriam sido detidos, preventivamente, no âmbito das investigações sobre o caso de seis mil milhões de fcfa que deveriam ser utilizados para pagamento de um grupo de empresários nacionais por alegados serviços prestados ao Estado, através de um banco comercial de Bissau.

ANG/AALS/ÂC//SG

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