Portugal/Conselho de Ministros CPLP decide sexta-feira "em definitivo" local da próxima cimeira
Bissau, 16 Jul 24(ANG) -
O Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
decide, “em definitivo”, esta sexta-feira onde será a próxima cimeira de Chefes
de Estado e de Governo, disse o Secretário Executivo da organização.
Em declarações à Lusa a
propósito desta reunião, marcada para 19 de julho em São Tomé e Príncipe,
Zacarias da Costa disse que “em princípio” espera que seja em Bissau, porque na
última cimeira se estabeleceu que a próxima presidência é da Guiné-Bissau, mas
será nesta reunião que os chefes de diplomacia terão de “colocar no papel,
preto no branco” o local onde vai realizar-se.
"Não sairá uma
data, mas certamente que teremos de ter a certeza onde será a próxima reunião
ordinária do Conselho de Ministros, que se realiza (...) na mesma altura da
cimeira", afirmou Zacarias da Costa, questionado se há dúvidas de que esta
se realize na Guiné-Bissau.
"Eu assumo que a
decisão já foi tomada e que será na Guiné-Bissau, a não ser que os
Estados-membros pensem, enfim, o contrário", referiu.
Esta reunião de
sexta-feira é "muito esperada", disse o Secretário Executivo da CPLP,
até porque vai ocorrer quase um ano antes da altura em que a próxima
presidência deverá suceder à de São Tomé e Príncipe, a atual.
Na 14.ª Cimeira de
chefes de Estado e de Governo ficou decidido que a Guiné-Bissau iria assumir a
próxima presidência da CPLP, entre 2025 e 2027, sucedendo a São Tomé e
Príncipe, país que lidera a organização neste momento por dois anos.
As cimeiras de Chefes de
Estado e de Governo ocorrem no país que vai assumir a presidência rotativa da
CPLP.
A 25 de outubro de 2023,
em visita a Portugal, o Presidente da Guiné-Bissau disse, na sede da
organização dos países de língua portuguesa,em Lisboa, que o país estava pronto
para assumir a presidência em 2025.
"A Guiné-Bissau já
está pronta para assumir a presidência [da CPLP] a partir de 2025",
afirmou o chefe de Estado guineense durante a visita.
Sissoco Embaló realçou
que o seu país "tem objetivos" para a organização que fazem parte do
"objetivo comum de reforçar" a comunidade, "não só no que diz
respeito à livre circulação”, mas também “às culturas".
A situação política na
Guiné-Bissau alterou-se desde então, com a decisão do Presidente de dissolver,
em dezembro, o parlamento, que tinha sido eleito em junho, alegando uma
grave crise institucional no país e uma tentativa de golpe de Estado.
Os partidos do Governo,
eleito na altura, contestaram a decisão de Sissoco Embaló, que
consideraram de ilegal à luz do artigo 94 da Constituição da Guiné-Bissau, que
impede a dissolução do parlamento antes de completar 12 meses.
Na semana passada, Umaro
Sissoco Embalo anunciou que vai marcar eleições legislativas antecipadas para
24 de novembro.
Várias forças políticas
têm defendido que as eleições que devem ser convocadas ainda no decurso deste
ano são as presidenciais e não as legislativas, sustentando que o mandato do
Presidente termina em fevereiro de 2025 e a escolha do novo chefe de
Estado deve ser feita antes.
Umaro Sissoco
Embaló rejeita estas exigências e defende que as presidenciais só devem
ocorrer no final de 2025.
A CPLP tem como
estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Moçambique,
São Tomé e Príncipe, Guiné Equatorial e Timor-Leste.
ANG/Inforpress/Lusa
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