Eleições Ruanda/Resultados parciais confirmam vitória esperada de Paul Kagame
Bissau, 17 Jul 24(ANG) – Os resultados parciais das eleições de segunda-feira no Ruanda confirmam a vitória esperada de Paul Kagame, que governa o país com mão de ferro desde 2000.
Quando estavam apurados 80 %
dos boletins, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou que Kagame contava
com 99,15 % dos votos, enquanto os dois únicos candidatos que concorreram
contra o atual Presidente não conseguiram, entre si, atingir 1 % do total de
votos.
Frank Habineza, 47 anos,
candidato do Partido Verde Democrático do Ruanda (DGPR), obteve 0,53 % dos
votos, enquanto o jornalista e candidato independente Philippe Mpayimana, 54
anos, conseguiu apenas 0,32 %.
Ambos os candidatos já
enfrentaram Kagame nas eleições presidenciais de 2017, onde juntos obtiveram
apenas 1,2 % do apoio popular.
Habineza já declarou aceitar
o resultado das eleições, tendo felicitado Kagame.
A CNE tem até dia 20 para
publicar os resultados provisórios completos e até dia 27 para divulgar os
resultados finais, que permitirão ao Presidente revalidar o seu quarto mandato
de cinco anos.
O partido de Kagame lidera o
país desde que tomou o poder em 1994 como um grupo rebelde, depois de derrubar
o Governo extremista da etnia hutu que desencadeou o genocídio desse ano, no
qual foram mortos cerca de 800.000 tutsis e hutus moderados.
De uma população total de
pouco mais de 13,2 milhões de habitantes, cerca de 9,5 milhões de eleitores
recenseados foram chamados às urnas na segunda-feira, num dia de eleições
marcado pela calma e longas filas.
Dois opositores, Victoire
Ingabire e Diane Rwigara, que criticam fortemente a administração de Kagame,
foram proibidos pelas autoridades eleitorais de participar nas eleições.
Nos últimos anos, as
organizações de defesa dos direitos humanos têm denunciado a redução do espaço
democrático no país, bem como as detenções arbitrárias e os desaparecimentos de
dissidentes às mãos do Governo.
Os ruandeses também elegeram
na segunda-feira 53 membros da Câmara dos Deputados (câmara baixa do
parlamento) por sufrágio direto, sendo os restantes 27, dos quais 24 devem ser
mulheres, escolhidos indiretamente por entidades locais e nacionais.ANG/Inforpress/Lusa
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